Resumo da semana

Aprovação do filtro para admissão de REsps no STJ foi destaque

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6 de novembro de 2021, 9h47

Na última quarta-feira (3/11), o Plenário do Senado aprovou proposta de emenda à Constituição que vai instituir requisitos para o Superior Tribunal de Justiça aceitar recursos especiais, apelidada de "PEC da Relevância".

Conforme o texto aprovado, serão obrigatoriamente considerados relevantes apenas ações penais, ações de improbidade administrativa, causas com valor superior a 500 salários mínimos, ações que possam gerar inelegibilidade, casos de possível contrariedade à jurisprudência do STJ e hipóteses previstas em lei.

Como o texto do projeto foi modificado, ele volta para nova análise na Câmara. Se aprovado, o filtro pode ajudar a desafogar a pilha de processos enviados ao STJ.

Em 2020, 354.398 processos foram distribuídos ao STJ — uma média de 10.739 por ministro. Segundo estimativa do senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator da proposta, o filtro de relevância deve reduzir o volume de recursos em 50%.

A ConJur ouviu especialistas e a opinião geral é a de que a proposta institucionaliza o que se costuma chamar de "jurisprudência defensiva" no Superior Tribunal de Justiça. Outra crítica é que a PEC pode transformar o STJ em uma corte "elitista" e que dá as costas aos cidadãos.

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ConJur entrevista Paulo Markun

Lançamento do Anuário da Justiça Federal 2021
Lavagem de dinheiro — Pareceres e votos (II)

Frase da semana
"Alerto há alguns anos para a politização da persecução penal. A seletividade, os métodos de investigações e vazamentos: tudo convergia para um propósito claro — e político, como hoje se revela. Demonizou-se o poder para apoderar-se dele. A receita estava pronta", o decano do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, em referência aos últimos movimentos políticos de arautos do lavajatismo

Entrevista da semana

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Em entrevista à ConJur, Paulo Markun conta como surgiu a ideia de escrever o livro Recurso Final: A investigação da Polícia Federal que levou ao suicídio de um reitor em Santa Catarina. O jornalista comparou, sob alguns ângulos e guardadas as devidas proporções, o caso ao assassinato do jornalista Vladimir Herzog. Fez essa comparação quando questionado sobre o fato de — apesar da clareza do erro na acusação e na condução do caso contra o reitor — nenhuma das autoridades envolvidas ter a decência de pedir desculpas e reconhecer a lambança. Os heróis da Justiça e da Polícia são incapazes de gestos de empatia quando flagrados em erros.

Na conversa com a ConJur, o jornalista não poupou a imprensa e reconheceu até em si mesmo o efeito do mito criado em torno da luta contra a corrupção. "No dia em que recebi a notícia, pela internet, pela imprensa, a primeira reação que eu tive foi pensar: 'Caramba, como é possível a corrupção ter chegado a esse nível no Brasil, em que um reitor rouba R$ 80 milhões'. Em nenhum momento, tenho de confessar, eu coloquei em dúvida a informação. Depois, o suicídio do reitor é que colocou em dúvida a informação para milhões de brasileiros e para os jornalistas."

Para Markun, o relacionamento de jornalistas com autoridades tem de ser mais profissional e crítico em relação às informações que são passadas pelos canais oficiais às redações. O escritor tem um olhar especialmente atento para o fenômeno do espetáculo do combate à corrupção.

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Com 32 mil leituras, o texto mais lido da semana trata de decisão do Supremo Tribunal Federal que, em julgamento no Plenário Virtual, rejeitou, por 9 votos a 2, recurso extraordinário interposto pelas OABs nacional e de São Paulo quanto a exigência de inscrição do defensor público nos quadros da OAB.

A ação questionava recurso da Associação Paulista de Defensores Públicos (Apadep) e garantiu aos seus filiados o direito de decidirem, livremente, se querem ou não permanecer associados à Ordem. A decisão tem repercussão geral.

Com 13 mil acessos, o segundo texto mais lido da semana foi um artigo do juiz do Trabalho Otavio Torres Calvet sobre a relação que ele enxerga entre a dispensa do jogador de vôlei Maurício Souza e a publicação de portaria pelo ministro do Trabalho e Previdência sobre vacinação obrigatória.

As dez mais lidas
Exigência de inscrição na OAB para defensor é inconstitucional
Inquisição digital: o caso Mauricio Souza e a Portaria 620 do MTP
STF equipara injúria racial a racismo, considerando-a imprescritível
Portaria do governo proíbe demissão de funcionários não vacinados
Município pode criar serviço de assistência jurídica a pobres, diz STF
Venda de celular sem carregador caracteriza venda casada
Portaria que veta demissão de não vacinados é inconstitucional
Deltan finalmente decide fazer política na política e deixa o MPF
Juíza mandar penhorar salário de ex-cliente que não pagou honorários
A nova Lei de Improbidade deve ser aplicada retroativamente?

Manchetes da semana
Instauração de incidente de insanidade não suspende prescrição
Carf revoga portaria que restringia audiência de advogados
Interferência ideológica prejudica aplicação da lei ambiental
STJ diverge sobre modulação da 'tese do século' via embargos
Aumento da fome levanta debate sobre princípio da insignificância
Exigência de inscrição na OAB para defensor é inconstitucional
Portaria proíbe demissão de funcionários não vacinados contra Covid
"O jornalismo não pode querer substituir a Justiça ou a polícia"
Portaria que proíbe demissão de não vacinados é inconstitucional
'Anuário da Justiça Federal' mostra a cara do Poder Judiciário pós-crise
Município pode criar serviço de assistência jurídica aos pobres
Senado aprova filtro de relevância para admissão de REsps no STJ
Câmara aprova texto-base da PEC dos Precatórios em 1º turno
PEC da Relevância institucionaliza jurisprudência defensiva

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