Cloroquina eleitoral

STF pede que TSE investigue se ministro da Justiça fez campanha eleitoral antecipada

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12 de agosto de 2021, 18h26

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, encaminhou ofício ao corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, Luis Felipe Salomão, solicitando que ele investigue se o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Torres, promoveu campanha eleitoral antecipada ao participar de uma live com o presidente Jair Bolsonaro. 

Marcos Corrêa/PR
Torres participou de live em que Bolsonaro atacou integridade do sistema eleitoral brasileiro sem apresentar nenhuma prova
Marcos Corrêa/PR

Torres participou da transmissão do último dia 29 de julho, data em que Bolsonaro prometia apresentar provas de fraude nas urnas eletrônicas, mas acabou fazendo apenas ilações desmentidas em tempo real pelo Tribunal Superior Eleitoral. 

A live teve desdobramentos judiciais e fez com que o presidente fosse incluído no inquérito das fake news (Inq 4.781) após pedido feito pelo Tribunal Superior Eleitoral. A corte aprovou de forma unânime o envio ao STF de notícia-crime contra Bolsonaro, pela divulgação de mentiras com o objetivo de desestabilizar o processo eleitoral brasileiro. Alexandre de Moraes, que integra o TSE, inclusive foi um dos que votaram a favor.

No documento enviado a Salomão, Alexandre de Moraes anexou reportagem da revista Veja segundo a qual o ministro da Justiça pediu para estar na live de Bolsonaro porque queria "ganhar visibilidade". Torres também teria manifestado a intenção de concorrer a algum mandato eletivo nas eleições de 2022 no Distrito Federal. 

Além do pedido de apuração ao TSE, Torres também foi incluído no inquérito das fake news e terá que prestar depoimento à Polícia Federal. 

Clique aqui para ler o despacho de Alexandre de Moraes 

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