
Reprodução
"No momento em que o interpelante estava se vangloriando de endossar uma crítica injuriosa, imputando ele ao interpelado a alcunha de "Bobão", para dolosamente causar dano à honra do interpelado, este reverteu o quadro de forma elegante, em legítima defesa, mas que o sapiente interpelante foi incapaz de entender. Ou seja, que o bobão seria quem se dispõe apenas a reproduzir algo que foi ideia de outra pessoa, denotando ausência de inteligência ou capacidade de produzir algo próprio e novo."
Eis um trecho da resposta do secretário especial de Cultura, Mário Frias, à interpelação judicial apresentada pelo deputado estadual Flávio Serafini (PSol-RJ). Por meio de seu perfil em uma rede social, Serafini tripudiou de uma crítica do atual secretário ao humorista Marcelo Adnet
"O ex-ator de 'Malhação' e secretário especial de Cultura, Mário Frias, nomeado porque nenhum artista quis queimar seu filme ao lado de Bolsonaro, fez uma crítica profunda e contundente ao Marcelo Adnet, eu diria arrasadora mesmo. Chamou ele de: BOBÃO", escreveu o psolista. Em resposta, Frias escreveu: "Cuidado com PF".
Por meio de seus advogados, o deputado fluminense cobrou na Justiça do Distrito Federal explicações do secretário, pois considerou que foi alvo de ameaça.
O secretário do governo Bolsonaro foi intimado e, em sua resposta, disse que o "PF" em sua mensagem não significava Polícia Federal, e sim "prato feito".
"Ora, todos os brasileiros sabem o que significa a sigla "PF", que segundo a cultura e os costumes populares quer dizer 'prato feito'", justificou o secretário ao juízo do 2º Juizado Especial Criminal de Brasília.
Mas para os advogados do parlamentar, "a interpelação buscou entender se se tratou de uma ameaça". "Não seria a primeira vez que um membro do governo federal ameaçaria usar a Polícia Federal contra seus adversários. Mas parece que o secretário se expressou mal. Esclareceu que quis dizer apenas: 'cuidado com Prato Feito'... Como ator, o secretário deveria saber que até a ficção deve ter limites", explicou em nota enviada à ConJur a defesa de Serafini, feita por Flora, Matheus & Mangabeira Sociedade de Advogados.
Clique aqui para ler a resposta do secretário de Cultura
0736604-98.2020.8.07.0016
Comentários de leitores
13 comentários
Desgoverno
Emerson Horto de Souza (Administrador)
Os ministros e secretários deste atual governo federal deveriam se ater às vossas pastas já tão prejudicadas por falta de verbas e de planejamentos em vez de criar "picuínhas" que só levantam mais insegurança diante das crises vivenciadas pela humanidade e que particularmente no Brasil parecem ser tratadas como coisa menor.
É de direito do parlamentar fiscalizar e indagar as práticas adotadas pelos membros do governo e é dever dos membros governamentais explicar de forma clara tais procedimentos.
O nível de comunicação do governo federal com as sociedades deve se dar dentro de padrões respeitosos estabelecidos pela Constituição Federal e pelos estatutos outrora outorgados.
A carapuça serviu
Ronaldo Alves hannouche (Prestador de Serviço)
Pelo visto, o "nobre" deputado acusou o golpe e acabou se entregando. Se está com medo da PF é porque está devendo. Ou acham mesmo que a PF iria investigar alguém sem haver alguma prova de ilícito ?
Decadência
Marcelo Holowaty (Bacharel - Civil)
Saudades do tempo em que a CONJUR postava matérias jurídicas para grandes debates na área do direito.
Hoje,......tem que filtrar muito para encontrar.
FofoConjur
Fran Jose365 (Advogado Autônomo - Civil)
Pensei q estivesse lendo, por engano, texto de fofocas de famosos.
Comentários encerrados em 28/10/2020.
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