Ataque virtual

Em nenhum momento a integridade da eleição esteve em risco, diz Barroso

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16 de novembro de 2020, 19h21

O ataque virtual de que foi alvo o sistema do Tribunal Superior Eleitoral neste domingo (15/11) e os problemas na totalização dos votos em nenhum momento colocaram em risco a integridade das eleições 2020. A declaração foi dada pelo presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, ao comentar os problemas enfrentados no primeiro turno do pleito municipal.

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Ministro Barroso fez balanço positivo sobre a eleição apesar dos problemas enfrentadosTSE

"A eleição transcorreu no mais absoluto ambiente de tranquilidade, como informou a Polícia Federal, com o menor número de ocorrências em todas as eleições havidas nos últimos anos. Apesar da chateação que tivemos no dia de ontem, conseguimos divulgar o resultado final no mesmo dia em que elas se realizaram. Isso é extraordinário", apontou o presidente do TSE.

Inicialmente, a corte foi alvo de ataque massivo oriundo de usuários no Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia, com tentativa de derrubar o sistema do TSE pelo excesso de conexões simultâneas — em determinado momento, chegou a 436 mil conexões por segundo.

Simultaneamente, foram vazados dados de funcionários de ministros aposentados do TSE. O acesso se deu em data anterior e reuniu dados referentes ao período entre 2001 e 2010.

"Ao mesmo tempo em que foram vazados os dados, milícias digitais entraram em ação tentando desacreditar o sistema. Há suspeita de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos são investigados pelo STF", apontou o ministro Barroso.

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Eleições 2020 tiveram número reduzido de ocorrências, mas atraso na apuração
Tânia Rêgo/Agência Brasil

O problema final ocorreu com o supercomputador contratado pelo TSE para fazer a totalização dos votos. Pela primeira vez, esse processo foi centralizado, sob sugestão da Polícia Federal, justamente para reduzir o risco de ataques virtuais. Houve lentidão e travamento do sistema, o que levou a um atraso de 2h30min em relação à previsão inicial de divulgação dos resultados.

Conforme explicou o ministro Barroso, a equipe do TSE teve dificuldade na operação do supercomputador porque, devido à pandemia, sua importação atrasou em cinco meses sua chegada ao Brasil. Assim, não houve tempo hábil para fazer todos os testes necessários. O sistema congestionou e travou por dificuldade da inteligência artificial detectar os dados no volume e velocidade que chegavam.

"Os resultados tiveram a mais absoluta integridade e fidedignidade, tudo auditável. Não há risco de fraude no sistema eleitoral brasileiro. O TSE só faz a totalização. O resultado das eleições sai da própria urna imediatamente após término da votação", explicou.

Por conta dos ataques virtuais, especificamente, a presidência do TSE pediu à Polícia Federal a abertura de investigações.

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