PUC-SP institui "tribunal do genocídio" para julgar condução da epidemia pelo governo
1 de outubro de 2021, 19h32
A grande maioria das vítimas fatais da epidemia de Covid-19 morreu porque os responsáveis pela administração pública federal adotaram uma política negacionista, irresponsável e desumana.
Com essa premissa, a comunidade universitária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) decidiu organizar um Tribunal de Opinião e promover o julgamento público dos atos e omissões do governo de Jair Bolsonaro pelas mais de 590 mil mortes no Brasil causadas pela Covid-19.
O "tribunal do genocídio" será feito pelos integrantes do Coletivo Professor Naveiro Russo — nome dado em homenagem ao professor da PUC-SP que morreu em junho de 2021 em decorrência da doença. A atividade, em memória das centenas de vítimas da Covid, reúne professores, estudantes e trabalhadores da universidade e conta com o apoio da reitoria.
Segundo nota divulgada pela PUC-SP, o genocídio não pode ficar impune, de modo que o evento simbólico servirá para chamar a atenção da opinião pública enquanto não for possível instalar um processo real.
Será constituído um corpo de jurados, sob a presidência da desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça de São Paulo Kenarik Boujikian. Para exercer o papel de representante da sociedade e apresentar a acusação, foi nomeada a ex-procuradora geral da República Déborah Duprat.
Para fazer a defesa, foi nomeado o advogado Fabio Tofic Simantob, ex-presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa e que atuou por dez anos no Tribunal do Júri.
Organizações da sociedade civil poderão constituir assistentes da acusação e apresentar razões de fato e de direito até o dia 24 de novembro. O julgamento público e presencial ocorrerá no dia 25 de novembro, no Tuca, oportunidade em que serão apresentados os fatos, ouvidas testemunhas e produzidas provas.
Encontrou um erro? Avise nossa equipe!