Lei onerosa

Lewandowski reconhece alto custo de exame para progressão de regime

Autor

22 de abril de 2024, 16h52

Lewandowski participou nesta segunda de evento promovido pelo Iasp

Embora não tenha recomendado que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vetasse o dispositivo da Lei 14.843/2024 que estabelece a necessidade de exame criminológico para progressão de pena, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, admite que essa novidade tem custo elevado. 

De acordo com criminalistas consultados pela revista eletrônica Consultor Jurídico, o alto preço fará com que o exame seja inviável.

Eu penso que é um exame caro. Quando era juiz do Tribunal de Alçada Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, examinei vários incidentes de execução em que se exigia o exame criminológico para que o preso saísse do regime fechado para o semiaberto, e depois para o aberto. Isso foi abandonado porque exigia-se naquela época a manifestação de um psiquiatra, psicólogo, assistente social, e ainda a autorização do diretor do estabelecimento prisional”, disse o ministro nesta segunda-feira (22/4), após proferir palestra em evento organizado pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

O ministro contou que chamou a atenção tanto do presidente quanto do Congresso Nacional para o custo do exame, assim como o da obrigatoriedade das tornozeleiras eletrônicas no regime aberto.  

“Alguns juristas dizem que a exigência de um exame criminológico pode impedir ou atrasar a progressão de regime que é um direito dos presos, mas esse é um problema que deve ser resolvido pelas autoridades estaduais, que terão de aplicar essa exigência para a progressão do regime prisional.” 

Lewandowski aproveitou a ocasião para defender mudanças nos critérios para a concessão de porte de arma. “Penso que a disseminação ampla e irrestrita das armas na sociedade só favorece o crime e a própria criminalidade. Então eu disse à Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados que a autorização de porte de armas para os cidadãos precisa ser devidamente regulada.”

Por fim, o ministro voltou a defender uma mudança na Constituição para a criação de um Sistema Único de Segurança Pública, com orçamento próprio. 

Autores

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!