Toffoli veda uso de provas de leniência da Odebrecht em processo da CGU
9 de maio de 2024, 17h49
O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, nesta terça-feira (7/5), estendeu a Flavio Cals Dolabella os efeitos de sua decisão que anulou as provas obtidas de sistemas da Odebrecht em seu acordo de leniência. O magistrado proibiu o uso do material em processo administrativo — o que pode reverter a demissão de Dolabella do Banco Central, resultado de condenação em procedimento da Controladoria-Geral da União.
Acusado de irregularidades por delatores da Odebrecht, Dolabella foi demitido no fim de 2021 com base em dados de sistemas da empreiteira, mesmo que o Ministério Público Federal tenha arquivado o caso por falta de provas.
Em setembro de 2023, Toffoli anulou todas as provas obtidas nos sistemas Drousys e My Web Day utilizadas a partir da leniência da Odebrecht na “lava jato”, em todas as esferas. A anulação decorreu da quebra da cadeia de custódia no manuseio do material, obtido antes da leniência por meio de cooperação internacional feita fora dos meios oficiais.
A defesa do ex-servidor, comandada pelo advogado Rafael Carneiro, pediu a extensão da decisão de Toffoli ao processo administrativo da CGU.
Em sua decisão, o ministro apontou que a decisão administrativa foi ilegalmente baseada em provas dos sistemas Drousys e My Web Day, que foram declaradas imprestáveis. Com isso, proibiu o uso desses elementos contra Dolabella.
“A decisão reafirma o entendimento do STF sobre a imprestabilidade desses elementos de prova sabidamente nulos. A imprestabilidade atinge todos os processos sancionadores, inclusive os administrativos”, disse Rafael Carneiro.
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PET 12.545
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