Judiciário sob Pressão

Mensagens do Twitter são vazadas para atacar Alexandre de Moraes e TSE

 

3 de abril de 2024, 22h12

Diversos e-mails internos do Twitter foram vazados com o objetivo de atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o Tribunal Superior Eleitoral.

A rede do bilionário Elon Musk vazou conversas internas para pressionar Alexandre e também o TSE

O objetivo é dar a entender que a corte estava censurando bigh techs e espionando indiscriminadamente usuários para interferir nas eleições de 2022.

Essa não é a primeira vez que a rede do bilionário Elon Musk tenta imputar a Alexandre e ao TSE a prática de censura contra as redes, nem que o bilionário vaza informações a jornalistas.

Em 2022, por exemplo, ele vazou dados que demonstrariam que políticas de moderação do Twitter nos Estados Unidos tinham um viés favorável ao Partido Democrata, do atual presidente Joe Biden.

Covid-19 e pedofilia

Grande parte dos e-mails vazados, que comprovariam a suposta existência de uma “política de censura” no Brasil, sequer envolve o TSE, Alexandre ou as eleições. As mensagens são atribuídas a diretores e consultores jurídicos do Twitter.

Há mensagens, por exemplo, dando conta de pedidos de informações do Ministério Público sobre casos envolvendo notícias falsas sobre a Covid-19, retirada do ar de conteúdos com falsas acusações de pedofilia e pedidos do Senado durante a CPI que apurou a atuação do governo de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia.

Entre os trechos que citam Alexandre e o TSE, há e-mails narrando que a corte estava exigindo dados de usuários que impulsionaram hashtags pedindo a prisão de Luís Roberto Barroso, ex-presidente do tribunal e atual presidente do Supremo.

Outros e-mails relatam ordens do TSE para que fossem bloqueadas as contas da deputada bolsonarista Carla Zambelli, por declarações contra o processo eleitoral, e do pastor André Valadão.

O pastor mentiu afirmando que o tribunal teria determinado que ele se retratasse sobre uma declaração feita contra Lula. A decisão nunca existiu. Depois ele teve as contas bloqueadas por Twitter e Instagram. Tanto a decisão contra Zambelli quanto a contra Valadão foram amplamente divulgadas pela imprensa em 2022.

Os vazamentos foram publicados no próprio Twitter pelo jornalista e ambientalista Michael Shellenberger.

A divulgação ocorre pouco depois de o TSE aprovar resoluções que obrigam a adoção pelas plataformas digitais de uma série de medidas para diminuir a circulação de notícias falsas ou gravemente descontextualizadas durante as eleições.

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