Olho no lance

Pesquisas falsas podem ser usadas para contestar resultado das urnas, diz Lavareda

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26 de setembro de 2022, 16h18

A disputa para presidente da República está consolidada e não deve ter grandes alterações até o primeiro turno, que ocorrerá no próximo domingo (2/10). Assim, a sociedade e o Tribunal Superior Eleitoral devem ficar atentos a pesquisas fraudulentas, que podem ser usadas para desacreditar os resultados das urnas. É o que afirmou o presidente do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), Antonio Lavareda, ao blog do jornalista Ricardo Noblat, no portal Metrópoles.

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Antonio Lavareda não espera grandes mudanças na última semana antes do primeiro turno
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Líder nas pesquisas de intenção de voto — com a preferência de 46% dos eleitores, segundo levantamento Ipespe/Abrapel divulgado no sábado (24/9) —, o ex-presidente Lula tem chance de ser eleito no primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro (PL) é escolhido por 35% das pessoas.

"Não devemos assistir a nenhum movimento dramático das curvas dos candidatos. Como já tive oportunidade de observar, analisando no sábado passado a pesquisa Ipespe/Abrapel, estão cristalizados os fundamentos que embasam afetiva e cognitivamente, as preferências dos dois principais candidatos. Então, salvo um 'repique' dos nomes da terceira via no pós-debate da Globo, ou uma bomba imprevisível de muitos megatons, não há no radar mudanças expressivas", disse Lavareda.

O cientista político também apontou que a onda de declarações de apoio a Lula deve continuar nesta semana. "Caso Simone e Ciro não voltem a ganhar musculatura na quinta-feira à noite, esse movimento, mais o 'vira virou' dos artistas, aumenta a chance da eleição ser resolvida no próximo domingo", disse, ressaltando que sete em cada dez eleitores querem ver tudo decidido já no primeiro turno, o que pode aumentar a migração de votos para o petista.

Lavareda também ressaltou ser mais difícil que Bolsonaro seja beneficiado por votos úteis. Isso porque apenas 3% do eleitorado não votaria nele no primeiro turno, mas sim no segundo.

Como o cenário está consolidado, o cientista político chamou a atenção para as "pesquisas fake", que mostram resultados muitos discrepantes dos institutos tradicionais. Tais "levantamentos", segundo ele, podem embasar ataques aos resultados das urnas.

"A sociedade deve estar atenta. O Tribunal Superior Eleitoral especialmente. Muito provavelmente essa máquina de desinformação vai gerar confusão no dia da eleição. Pesquisas fake de 'boca de urna' que terão um propósito claro. Difundidas maciçamente nas redes sociais no fim da tarde do domingo, mesmo sem registro no TSE, seus números servirão de combustível para turbinar e legitimar a eventual insatisfação dos radicais com os resultados oficiais divulgados à noite", declarou Lavareda.

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