Opinião

Bolsonaro reverte ideia de quem passa ao 2º turno na frente é o favorito natural

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3 de outubro de 2022, 19h07

O resultado geral do primeiro turno da eleição presidencial enterrou a tradicional ideia de que passar na frente para o segundo turno é meio caminho andado para ganhar a disputa pelo Palácio Planalto. Bolsonaro conseguiu um resultado de pouco mais de 5 p.p. de diferença para Lula, o que permite dizer que o candidato embalado é ele.

Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil

O primeiro turno terminou com a liderança do presidente Bolsonaro como puxador de votos e "eleitor" de governadores, senadores e deputados fiéis, um "exército" de cabos eleitorais disponíveis para a batalha eleitoral do segundo turno em todas as regiões do país.

No Sudeste, Lula ficou menor do que mostravam as pesquisas, e o segundo turno em São Paulo deve se transformar na trincheira do que será a disputa ao Planalto, apesar de toda a vantagem que o petista tem na região Nordeste.

Ricardo Stuckert/PT
Ricardo Stuckert/PT

Apesar de ter apregoado mais de uma vez na campanha, e repetido na noite de ontem, que tem a certeza da vitória, Lula vai precisar negociar os apoios de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) para enfrentar Bolsonaro.

Senado
A partir de 2023, o Senado terá 15 partidos em sua composição. Uma variação pequena em relação aos atuais 16, mas redução significativa quando comparada com os 21 partidos representados no pós eleições de 2018.

O PL é sem dúvida o grande vitorioso: já tinha aumentado a bancada de dois para sete senadores com a filiação do presidente Bolsonaro e sai desta eleição com 15 cadeiras no Senado, consolidando a maior bancada. O PSD vem em seguida com 11 senadores, depois o União (10) e MDB e PT com 9 cada. Juntos, os cinco maiores partidos concentram 2/3 das cadeiras.

Do outro lado, saem enfraquecidos o PSDB, que perdeu metade da sua bancada nos últimos quatro anos, passando de oito para quatro senadores, e a Rede que deixou de ter cinco senadores para ter apenas um.

Câmara
Com 23 partidos com representação na Câmara, o próximo presidente continuará dependendo de negociações e alianças para construir sua base de apoio.

Seguindo a mesma tendência do Senado, os partidos da coligação do presidente Bolsonaro saíram fortalecidos. Juntos, PL, PP e Republicanos somarão 187 eleitos — 36% das cadeiras na Câmara. Mesmo
com o PT com a segunda maior bancada e elegendo mais deputados do quem 2018, a tendência é que Lula (PT), caso eleito, precise negociar com mais partidos para consolidar sua base.

Entre os partidos que mais encolherão, destacam-se o PSDB que saiu de 29 deputados para 13, o PSB que caiu de 32 para 14, e o Solidariedade, que saiu de 13 para 4.

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