Operação "lava jato" deslegitimou as eleições, diz sociólogo
14 de dezembro de 2018, 9h59
A operação "lava jato" deslegitimou a eleição de 2018, que, por isso, foi um pleito "supercrítico", marcado pelo sentimento de raiva e indignação. Essa é a avaliação do sociólogo e cientista político Antônio Lavareda.
“Foi uma sucessão de ações que fizeram com que o pleito ficasse perdido, como o impeachment, também. Uma série de ações que afetaram o bom andamento da eleições, e a sociedade foi prejudicada”, disse.
Para o sociólogo, três fatores explicam por que essa foi uma eleição excepcional, mas não grandiosa. “Vivemos a maior crise econômica do país no meio de uma eleição. Além disso houve uma polarização ideológica e também a emergência das forças de partidos pequenos, que ganharam visibilidade", enumerou.
Lavareda participou do seminário “Perspectivas brasileiras para 2019 — A reorganização do cenário nacional e seus novos protagonistas”, que acontece nesta sexta-feira (14/12), no Rio de Janeiro, promovido pelo jornal O Globo e pela revista Consultor Jurídico.
Apesar da avaliação pessimista das eleições, o sociólogo acredita que o Brasil reúne todas as condições para voltar aos eixos. “Com expansão, crescimento econômico contínuo, de uma forma que permita assegurar aos brasileiros uma vida digna”.
Para que isso se concretize, no entanto, as perspectivas vão exigir do governo um novo estilo de relacionamento com o Congresso. “Na minha avaliação, o novo governo vai ter que privilegiar um bom relacionamento com o parlamento, se objetivar mudanças importantes”, afirmou.
Encontrou um erro? Avise nossa equipe!