Justiça de luto

Identificadas todas as vítimas do acidente aéreo que matou Teori Zavascki

Autor

20 de janeiro de 2017, 12h26

Foram identificadas as duas mulheres que estavam no avião que caiu em Paraty (RJ) nesta quinta-feira (19/1), matando o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, aos 68 anos. De acordo com o Grupo Emiliano — cujo dono, Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, 69, também morreu no acidente —, as passageiras eram a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, 23, e a mãe dela, a professora Maria Ilda Panas, 55. Além deles, a queda também vitimou o piloto da aeronave, Osmar Rodrigues, 56.

Reprodução
Avião que levava ministro Teori Zavascki caiu a 2 km do aeroporto de Paraty (RJ).
Reprodução/Aeroagora

Segundo o Grupo Emiliano, Maira prestava serviço a Filgueiras, que passava por tratamento no nervo ciático. Como a mãe dela tinha vindo de Juína (MT) visitar a filha em São Paulo, o dono do Hotel Emiliano convidou-as para o fim de semana em Paraty, onde ele tinha uma fazenda.

"O Grupo Emiliano registra seus sentimentos e condolências para a família e amigos. E informa que está prestando apoio e informações aos familiares", diz a nota do conglomerado à imprensa.

Resgate dos corpos
O Corpo de Bombeiros de Paraty e Angra dos Reis informou que retirou três vítimas do mar no início da madrugada de sexta-feira (20/1). A entidade afirmou que, nessa operação, resgatou os corpos de dois homens e uma mulher, mas sem identificá-los.

Na manhã desta sexta, os bombeiros tiraram os dois outros mortos do mar (um homem e uma mulher).

Técnico e coerente
Teori Zavascki era ministro do Supremo Tribunal Federal desde 29 de novembro de 2012, quando foi nomeado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Cezar Peluso.

Antes de chegar ao Supremo, onde integrava a 2ª Turma, foi ministro do Superior Tribunal de Justiça (2003-2012), atuando quase sempre na 1ª Seção, que julga matérias de Direito Público. Começou sua carreira na magistratura como desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (1989-2003), onde ingressou pelo quinto constitucional da advocacia. Foi ainda juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (1991-1995) e presidente do TRF-4 (2001-2003). Também atuou como superintendente jurídico do Banco Meridional (1986-1989) e advogado do Banco Central (1976-1989).

Era tido entre seus pares como um homem técnico e coerente — qualidades que deixavam Dilma Rousseff orgulhosa de sua escolha. Certa vez, o ministro do STJ Napoleão Nunes Maia Filho disse que Teori era "absolutamente coerente, por isso previsível em suas posições".

"Ele se recusa a dar uma interpretação mais aberta da Constituição, como eu faço às vezes. Segue estritamente o que está escrito na lei", comentou o hoje ministro aposentado do STJ Castro Meira.

De tão discreto e afeito à judicatura, não ganhou fama fora das paredes do tribunal. Tanto que, quando Dilma anunciou sua indicação, pouca gente fora do STJ e do grupo de advogados militantes na corte, especialmente os tributaristas, o conheciam.

No entanto, na vida real, Teori era bem-humorado e atencioso, tanto com amigos e profissionais do Direito quanto com jornalistas.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!