Lula e Bolsonaro prometem não ampliar número de ministros do Supremo
17 de outubro de 2022, 6h47
Tanto o ex-presidente Lula quanto o presidente Jair Bolsonaro afirmaram, durante debate na noite de domingo (16/10), ser contra a ampliação do número de ministros no Supremo Tribunal Federal, se comprometendo a não adotar a medida, caso eleitos.
Primeiro a responder, Lula lembrou que o aumento de cadeiras foi uma estratégia da ditadura para tentar controlar o tribunal. "Estou convencido de que mexer na Suprema Corte para botar amigo é um atraso, um retrocesso".
Ele ressaltou que ministros do Supremo devem ser escolhidos por critérios técnicos, por "currículo" e "biografia", não por afinidade com o presidente. Também afirmou que qualquer iniciativa parecida dependeria de uma nova Constituinte para ser viável.
Jair Bolsonaro, por sua vez, já tinha dito que avaliaria a proposta de aumento do número de ministros "depois das eleições", dependendo da "temperatura" na Corte, mas depois voltou atrás, alegando ter sido mal interpretado pela imprensa.
No debate deste domingo, disse que "da minha parte, está feito o compromisso" de não aumentar o número de ministros, ressaltando que nunca estudou a possibilidade "com profundidade". Ele voltou a dizer que "no momento, o PT tem sete ministros, eu tenho dois".
Bolsonaro foi auxiliado no debate por Sergio Moro, ex-juiz da "lava jato" responsável pela ordem de prisão de Lula e que depois passou a integrar o governo do atual presidente.
Bolsonaro explicou a presença de seu ex-ministro a propósito de "falar de corrupção". Moro tinha deixado o governo acusando Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.
"Perdemos um pouco com a volta do Lula, interferindo em vários setores", afirmou Bolsonaro ao final do debate. "Mas a gente acredita que a 'lava jato' volte a ser uma realidade num futuro próximo para o bem do nosso Brasil."
Moro, por sua vez, disse que não vai voltar a integrar o Executivo caso Bolsonaro seja reeleito, segundo o Estadão.
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