Justiça determina prisão preventiva de policial penal que matou guarda petista

A 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu (PR) determinou nesta segunda-feira (11/7) a conversão da prisão em flagrante do policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho em preventiva.

Reprodução/Twitter

Guaranho é investigado pela morte de um guarda municipal no sábado (9/7), durante uma festa de aniversário cuja temática era a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência neste ano. Guaranho está atualmente hospitalizado em estado grave.

O Núcleo de Foz do Iguaçu do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná pediu a prisão preventiva do policial penal, o que foi acolhido pelo juízo.

O juiz Ariel Nicolai Cesa Dias considerou que Guaranho "coloca em risco a ordem social, se revelando necessária a contenção cautelar para evitar a reiteração criminosa". Para ele, "as peculiaridades do caso concreto apontam ser imperiosa a manutenção da segregação cautelar", já que o réu "praticou atos extremos de violência contra a vítima, que sequer conhecia".

Na visão do magistrado, o fato de Guaranho ser agente de segurança pública "eleva ainda mais a gravidade do delito, considerando que este age (ou deveria agir) em nome do Estado, em prol dos interesses da coletividade". Assim, "a concessão da liberdade, neste momento, geraria sentimento de impunidade, serviria de estímulo à reiteração criminosa e colocaria em risco a sociedade".

O caso
Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, invadiu a festa de 50 anos do guarda municipal Marcelo Arruda, que acontecia em uma associação esportiva de Foz do Iguaçu.

O investigado teria passado de carro em frente à festa, acompanhado de mulher e filha, saído do carro, armado, e gritado: "Aqui é Bolsonaro!". O guarda, então, teria arremessado chope e pedregulhos para afugentar o invasor. O policial penal teria deixado o local, mas dizendo que voltaria. Cerca de 20 minutos depois, Guaranho teria retornado à festa, sozinho e armado, e disparado contra Arruda, que reagiu com sua arma funcional.

Arruda era também diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade. Em 2020, ele foi candidato a vice-prefeito pela legenda. Com informações da assessoria de imprensa do MP-PR.

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