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Alexandre abre investigação contra Weintraub por acusações a ministro do STF

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21 de janeiro de 2022, 18h32

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, em entrevista ao podcast Inteligência Ltda disse — sem apresentar provas — que um dos ministros do Supremo Tribunal Federal que já lhe negaram Habeas Corpus teria tentado comprar sua casa, já que ele, Weintraub, não iria mais voltar ao Brasil. Agora, o ministro Alexandre de Moraes, também do STF, abriu um procedimento para apurar as declarações.

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Abraham Weintraub disse que um ministro do STF queria comprar sua casa
Marcelo Camargo / Agência Brasil

A decisão foi tomada no inquérito das fake news (Inq 4.781), que apura ataques e ameaças ao STF. Moraes determinou que uma petição contendo o trecho da entrevista de Weintraub fosse separada num procedimento próprio —as informações são do jornal O Globo. Ainda não se trata de um inquérito, mas de uma etapa prévia. A partir daí, poderão ser tomadas medidas para a apuração da conduta de Weintraub.

Segundo a entrevista de Weintraub, um dos ministros do STF teria dito que o ex-ministro da Educação, que estava nos Estados Unidos e era alvo de investigação na Corte, não voltaria mais ao Brasil, o que tenderia a fazer com que a casa do política, que não estava à venda, fosse negociada.

O STF nunca chegou a determinar a prisão do ex-ministro, mas Weintraub acreditava nessa possibilidade. Ele passou a ser investigado por ataques feitos em 2020 ao STF. O ministro Alexandre de Moraes convocou Weintraub para depor e explicar as declarações que deu em reunião ministerial de 22 de abril. Na ocasião, Weintraub chamou os ministros do Supremo de vagabundos e disse que eles mereciam ser presos. Em seguida, o então ministro da Justiça André Mendonça, que hoje é ministro do STF, pediu à Corte a suspensão da investigação, o que foi negado.

Weintraub foi exonerado do comando do Ministério da Educação um dia depois de ter entrado nos Estados Unidos. À época, o país havia proibido a entrada de estrangeiros que estiveram no Brasil nos 14 dias anteriores, mas uma das exceções se referia a integrantes do governo em missões estatais. Por isso, o ex-ministro pode ter burlado as restrições impostas a brasileiros por causa da Covid-19.

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