Cinco viram réus por homicídio após morte em racha de charretes na praia
27 de abril de 2025, 10h45
Quatro homens e uma mulher acusados de participar de um racha entre charretes em uma praia de Peruíbe (SP) viraram réus por dois homicídios dolosos, sendo um consumado e o outro tentado. Durante a corrida, em março, uma das charretes atropelou uma ciclista de 38 anos, que morreu dois dias depois.

Cinco viram réus por homicídio devido a morte em racha de charretes na praia
A juíza Danielle Câmara Takahashi Cosentino Grandinetti, da 2ª Vara de Peruíbe, aceitou a denúncia contra o grupo e também acatou pedido do Ministério Público para determinar a prisão preventiva dos réus.
“A prisão preventiva se faz necessária em garantia da ordem pública, uma vez que ameaçada com a permanência da liberdade dos denunciados de crimes de extrema gravidade em concreto”, anotou a julgadora.
Ainda conforme a magistrada, a preventiva também servirá para assegurar a instrução criminal e aplicação da lei penal, “resguardando eventual evasão dos denunciados do distrito da culpa”.
Ao decretar a prisão dos réus, a juíza observou que os fatos de possuírem residência fixa e ocupação lícita, por si só, não afastam o cabimento da medida, “pois são predicados comuns e exigíveis de qualquer cidadão”.
Dolo eventual
O racha aconteceu na manhã de 23 de março de 2025, na faixa de areia da praia do Taniguá, que fica próximo à aldeia indígena Awa Porungawa Dju. Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, pedalava uma bicicleta e foi atingida por uma charrete.
Essa vítima sofreu traumatismo cranioencefálico e morreu dois dias depois, no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande (SP). Casada e moradora em São Bernardo do Campo, ela trabalhava na área de tecnologia da informação.
Thalita estava acompanhada de uma amiga, fisioterapeuta, que pedalava outra bicicleta e conseguiu desviar das charretes. Para o MP, também a título de dolo eventual, os acusados devem responder pela tentativa de homicídio da segunda ciclista.
De acordo com o MP, os denunciados assumiram o risco da produção do evento morte, sendo todos corresponsáveis. O órgão destacou que eles agiram mesmo sabendo ser proibida a promoção de corridas de charretes na praia.
A denúncia descreve que foram utilizados cavalos da raça American Trotter, “especificamente de corrida”, e surkes, charretes destinadas a esse tipo de competição, que reduzem significativamente a visibilidade frontal do condutor.
Processo 1500306-96.2025.8.26.0266
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