versão nº 4

Alexandre abre investigação à parte contra senador após relatos de plano golpista

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3 de fevereiro de 2023, 18h02

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta sexta-feira (3/2) a autuação de uma petição autônoma e sigilosa para investigação do senador Marcos do Val (Podemos-ES) pelos relatos de supostas propostas golpistas recebidas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-deputado federal Daniel Silveira.

Waldemir Barreto/Agência Senado
Senador Marcos do Val revelou plano golpista de Bolsonaro e Daniel SilveiraWaldemir Barreto/Agência Senado

A investigação buscará apurar se o parlamentar cometeu os crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo. Segundo Alexandre, Do Val já apresentou quatro versões dos fatos.

Para melhor esclarecer a questão, o ministro tinha ordenado que a revista Veja e as emissoras CNN e GloboNews enviassem ao STF as gravações de todas as entrevistas concedidas pelo senador que já tenham sido publicadas.

Posteriormente, Alexandre emitiu um novo despacho esclarecendo que a Secretaria de Comunicação entraria em contato diretamente com os veículos de imprensa, sem a necessidade de expedição de ofícios.

Por fim, a empresa Meta, dona do Instagram, deverá encaminhar a íntegra de uma live feita por Do Val nesta quinta-feira (2/2).

Histórico
O senador prestou depoimento à Polícia Federal após determinação do próprio Alexandre. Na oitiva, ele divulgou a mencionada quarta versão dos fatos, contradizendo suas próprias declarações à imprensa.

Ao longo da quinta-feira, os relatos do parlamentar quanto ao papel ativo ou não de Bolsonaro no plano golpista mudaram diversas vezes. Inicialmente, Do Val disse que o ex-presidente havia concordado com a ideia. Depois, passou a afirmar que ele não chegou a se manifestar, mas apenas ouviu o plano formulado por Silveira.

A ideia de golpe era que o senador gravasse uma conversa com Alexandre e "tentasse fazer ele confidenciar que agia sem observar necessariamente a Constituição". A partir disso, Bolsonaro e seus aliados supostamente poderiam alegar que a eleição ocorrida em outubro foi fraudada, impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prender o magistrado.

Nesta sexta, o ministro do STF contou que o senador já havia lhe confidenciado o plano em dezembro, extraoficialmente. "A ideia genial que tiveram foi colocar escuta no senador, (…) que não tem nenhuma intimidade comigo", ironizou Alexandre.

Clique aqui para ler a decisão
Inq. 4.923

*Notícia atualizada às 21h11 para acréscimo de informações

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