TV ConJur

Buscas em escritórios tentam intimidar e acovardar a advocacia, diz Zanin

Autores

9 de setembro de 2020, 21h28

O advogado Cristiano Zanin Martins, alvo de busca e apreensão em seu escritório e residência, afirmou nesta quarta-feira (9/9), em entrevista exclusiva à TV ConJur, que a investida teve como objetivo intimidar e acovardar a advocacia. 

ConJur
Zanin concede entrevista à TV ConJur
ConJur

"O principal alvo [da operação] foi o estado democrático de direito. O que aconteceu hoje foi um dos maiores ataques à advocacia que tivemos notícia em nosso país. Não é a primeira vez que a "lava jato" tenta nos intimidar e fazer com que deixemos a defesa do ex-presidente Lula. A "lava jato" não gosta do exercício da garantia constitucional do direito de defesa", afirmou. 

Os mandados foram cumpridos por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Em outra ação penal, Zanin e mais 25 pessoas se tornaram réus por supostos desvios da Fecomercio do Rio de Janeiro.

A investigação tem como base a delação de Orlando Diniz, ex-presidente da entidade, que foi preso duas vezes e tenta negociar acordo de delação premiada com o Ministério Público desde 2018. 

Na denúncia aceita por Bretas, o MPF listava 77 endereços de escritórios, empresas e casas de advogados. O parquet tentou justificar a investida contra profissionais da advocacia afirmando que os pagamentos feitos pela Fecomercio aos escritórios coincidiram com "aquisições de carros e imóveis de luxo no país". Os fatos narrados pelo MPF teriam ocorrido entre 2012 e 2018.

Para Zanin, não há materialidade nas acusações de Diniz. "O uso de delatores como instrumento para alcançar alvos pré-determinados é uma metodologia que a "lava jato" se utiliza desde o começo da operação. Já denunciei isso inúmeras vezes e provei que essa metodologia é espúria, mas é a receita da 'lava jato'". 

Ainda segundo ele, "tudo aquilo que está dito na denúncia é absolutamente inverídico, é uma falácia, é uma inverdade". "O fato é que nós fizemos um contrato com uma entidade privada, prestamos todos os serviços, que podem ser vistos no sistema do nosso escritório. Diante dessa situação, eu penso que a única justificativa para isso que aconteceu é realmente uma tentativa de fazer com que os advogados desistam de utilizar suas prerrogativas e desistam da própria advocacia."

Clique aqui ou veja a entrevista na íntegra abaixo:

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!