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Brasil não pode permitir desconstrução da "lava jato", diz Fux

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11 de dezembro de 2020, 15h10

O Brasil não pode permitir a desconstrução da operação "lava jato", como aconteceu na Itália, berço da "mãos limpas", investigação de casos de corrupção no país europeu durante a década de 1990. A opinião é do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux. 

Assessoria da presidência
Em palestra para futuros delegados, Fux defende que "lava jato" tenha continuidade
Assessoria da Presidência do STF

Em palestra nesta sexta-feira (11/12) na Academia da Polícia Federal, em Brasília, o presidente do STF apresentou o histórico do combate à corrupção tomando como exemplo as duas operações. "Nós, evidentemente, não vamos permitir a desconstrução da operação exitosa que foi a 'lava jato'", afirmou, destacando estratégias "de primeiro mundo"” usadas na operação, como delações premiadas, agentes infiltrados e interceptações telefônicas.

Fux já havia assegurado antes sua intenção de garantir que a operação tenha continuidade. "Quero garantir que a 'lava jato' vai continuar. E essa palavra não é de um brasileiro, é de alguém que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal no ano que vem, podem me cobrar", disse, em julho de 2019.

Nesta sexta, o ministro ponderou que a corrupção está presente na postura de indiferença da sociedade: "as pessoas não têm, na sua própria cultura, a ideia introjetada de ética e moralidade porque houve uma rotinização de escândalos no país."

Ele disse que a corrupção se aprimora à frente das leis e provoca prejuízos para a sociedade, na medida em que, por exemplo, retira "recursos da merenda, das escolas, leitos dos hospitais e reduz as chances de uma vida digna ao cidadão". Destacou os desvios de dinheiro que seria destinado à compra de respiradores: "Isso não tem perdão".

Também participou da cerimônia para mais de 280 futuros delegados e peritos, o diretor-geral da PF, Rolando Alexandre Souza.

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