Áudios de Lula ficaram fora dos autos para inibir vazamentos, diz juiz
19 de setembro de 2019, 10h30
O juiz federal Luiz Antonio Bonat, responsável pelas ações da "lava jato" em Curitiba, afirmou que parte das conversas interceptadas do ex-presidente Lula com autoridades foi deixada de fora dos processos por terem sido consideradas irrelevantes para a investigação e por haver risco de vazamentos dos áudios.
Reportagem da Folha de S. Paulo em parceria com o The Intercept Brasil do dia 8 de setembro mostra que os procuradores da "lava jato" estavam cientes que divulgar o áudio entre Lula e Dilma para barrar a nomeação dele como ministro da Casa Civil era ato ilegal. Deltan Dallagnol no dia disse que a "questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é político".
Após a divulgação dessa reportagem, Fachin decidiu, de ofício, pedir explicações. O pedido foi feito na ação na qual Lula pede ao STF a declaração de nulidade de todos os atos processuais baseados em interceptações de suas conversas.
No documento enviado ao STF, Bonat afirmou que foi a Polícia Federal, e não o juiz, que deixou de incluir alguns áudios grampeados ao processo em que foi autorizada a interceptação. Além disso, afirmou que a decisão de não incluir o material foi em "respeito à intimidade" de Lula.
Além disso, afirmou que as conversas com pessoas detentoras de foro por prerrogativa de função foram interceptadas de forma fortuita, já que a investigação era direcionada ao ex-presidente.
Bonat disse que mesmo os trechos não incluídos nos processos foram enviados ao Supremo em 2016 e que podem ser enviados novamente, se necessário.
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