Conduta investigada

Juiz Odilon (PDT-MS) é alvo de processo por omissão diante de provas destruídas

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13 de setembro de 2019, 12h05

O juiz aposentado Odilon de Oliveira é alvo de processo administrativo disciplinar. O procedimento foi instaurado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) para apurar a conduta do magistrado diante da revelação que seu ex-assessor Jedeão de Oliveira destruiu provas e documentos da Justiça Federal quando soube que seria demitido em 2016. A acusação contra Odilon é de omissão diante do fato.

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Juiz aposentado teve conduta omissa diante de destruição de provas, segundo processo
Divulgação/Fenapef

Conforme o relatório do corregedor do TRF-3, desembargador Carlos Muta, funcionários relataram que, no dia 17 de junho de 2016, Jedeão ficou três horas picando papel. Já foram ouvidos dez funcionários sobre o comportamento de Odilon e da juíza substituta Monique Marquiori Leite. A magistrada foi inocentada de qualquer responsabilidade.

Ao ser ouvido pelo TRF-3, o juiz Odilon alegou que só tomou conhecimento da destruição dos papeis quando servidores entraram em seu gabinete e comunicaram o fato.

A manifestação do corregedor para instauração do processo foi acatada por 15 dos 18 desembargadores do Órgão Especial do TRF-3.  

Primo problema
Ex-assessor de Odilon, Jedeão trabalhou com o magistrado, que também é seu primo, por mais de 20 anos e, após ser demitido, acusou o antigo chefe de manipular escutas e inventar bens apreendidos. Essas acusações foram negadas pelo ex-juiz.

Jedeão também tentou emplacar uma delação premiada em 2018 contra o ex-chefe que era, na época, candidato ao governo de Mato Grosso do Sul. O MPF, contudo, não viu provas das acusações e rejeitou a colaboração premiada.

O ex-assessor foi condenado a 41 anos de prisão pelo desvio de R$ 11 milhões, em sentença do juiz Dalton Igor Kita Conrado, da 5ª Vara Federal de Campo Grande.

História de cinema
Em sua atuação como juiz, Odilon de Oliveira ganhou notoriedade por conta de investigações relacionadas ao crime organizado e o combate ao narcotráfico.

A fama como juiz o fez entrar na política –ele foi candidato a governador do Mato Grosso do Sul pelo PDT— e também inspirou o filme “Em Nome da Lei”, que celebra o estilo justiceiro de combate ao crime.

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