"Fatos complexos"

Gilmar vota para que Lula fique em liberdade até STF julgar suspeição de Moro

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25 de junho de 2019, 18h52

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, sugeriu que o ex-presidente Lula fique solto até que o tribunal julgue um Habeas Corpus em que ele alega a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que o condenou. A proposta do ministro, feita nesta terça-feira 25/6), é para que o ex-presidente não seja prejudicado pela demora do Judiciário em avaliar seus pedidos, baseado em "sete fatos muito complexos", segundo ele.

Nelson Jr. / SCO STF
Nem mesmo PGR tem certeza sobre como se posicionar em relação à alegação de suspeição de Moro, afirma Gilmar. Por isso, o mais prudente seria mandar soltar o ex-presidente Lula para analisar o mérito da alegação de parcialidade, defende
Nelson Jr. / SCO STF

A sessão da 2ª Turma desta terça é a última do semestre, e o ministro Gilmar informou que ainda não terminou de avaliar a alegação de suspeição. Os ministros Luiz Edson Fachin, relator, e Cármen Lúcia já votaram contra o pedido da defesa, mas Gilmar pediu vista.

O ministro ainda não concluiu sobre a suspeição de Moro. Ele defende que isso seja analisado com mais profundidade posteriormente. Por isso é a favor da liberdade provisória, conforme havia proposto no início da tarde desta terça.

Segundo Gilmar, nem mesmo a Procuradoria-Geral da República está certa sobre como se posicionar quanto à suspeição de Moro. "Na manifestação da PGR, com a sobriedade que marca os posicionamentos de Raquel Dodge, ela diz ‘eu estou em dúvida com relação à isenção do juiz", afirma Gilmar

No HC, a defesa do ex-presidente Lula, feita pelo advogado Cristiano Zanin Martins, afirma que Moro, hoje ministro da Justiça, não foi imparcial na condução das investigações, da ação penal e na condenação do ex-presidente. De acordo com Zanin, Moro deu início ao processo e se envolveu pessoalmente com ele porque queria ver o ex-presidente preso e fora das eleições de 2018.

Além de Gilmar, ainda faltam votar os ministros Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

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