Ex-assessor de Flávio Bolsonaro

Fabrício Queiroz diz que movimentação atípica de dinheiro é de comércio de carros

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26 de dezembro de 2018, 19h53

Apontado em relatório do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) como tendo movimentado em um ano R$ 1,3 milhão, valor considerado incompatível com sua renda, Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), afirma que é apenas “um cara de negócios”.

“Eu faço dinheiro, compro, revendo, sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora. Essa movimentação financeira veio de revenda de carros”, disse nesta quarta-feira (26/12) à jornalista Débora Bergamasco, do Jornal do SBT.

Queiroz foi convocado pela Justiça para prestar depoimento duas vezes, mas não compareceu.

Na entrevista ao SBT, a primeira após a divulgação das movimentações financeiras atípicas, ele disse que tem uma renda mensal de R$ 23 mil. “Ganhava R$ 10 mil no gabinete com mais R$ 10 mil da PM. Essas movimentações são negócios antigos e a origem deste dinheiro só vai ser detalhada ao MP”, afirma o policial militar aposentado.

O advogado de Queiroz, Paulo Klein, diz que as denúncias não fazem sentido. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro também negou que tenha repassado parte do salário ao senador. “Lá não se fala em dinheiro. Toda hora bate alguém no gabinete e é proibido falar. Acho é uma covardia rotular isso ao senador, não sou laranja, sou trabalhador.”

Pagamento de dívida
No começo de dezembro, Jair Bolsonaro disse que o depósito do ex-assessor do filho na conta de sua mulher, Michelle, era pagamento de parte de uma dívida de R$ 40 mil com o próprio presidente eleito.

De acordo com ele, Queiroz utilizou a conta da futura primeira-dama para receber o dinheiro "por questão de mobilidade". Bolsonaro também alegou que tem pouco tempo para ir ao banco em razão da rotina de trabalho. Nove assessores e ex-assessores de Flávio Bolsonaro repassaram dinheiro para o motorista.

A revelação abre um flanco de desgaste do presidente eleito no Congresso Nacional antes mesmo de sua posse, uma vez que o episódio tira a força de Flávio Bolsonaro na sua estreia no Senado Federal em 1º de fevereiro, e acarreta implicações diretas nas articulações para a eleição do novo presidente da Casa.

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