Em um julgamento que durou 57 horas e aconteceu 16 anos depois do crime, Nenê Constantino, fundador da companhia aérea Gol, foi condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por ser o mandante de um assassinato.

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O juiz Marcos Guimarães Silva condenou o empresário a 13 anos e seis meses por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e cometido diante de dissimulação, e a 3 anos por corrupção de testemunho. O magistrado também impôs uma multa de R$ 84 mil ao bilionário.
Acusado de mandar matar o líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito em outubro de 2001, devido a uma disputa por um terreno, ele e mais três réus foram considerados culpados pelo Tribunal de Júri de Taguatinga, no Distrito Federal, na madrugada desta sexta-feira (12/5).
O julgamento, que foi retomado nesta semana, havia sido suspenso em 17 de março após o integrante do Ministério Público abandonar a sessão. O representante do MP defendeu a tese de que Constantino foi o responsável pelo assassinato.
Em duas oportunidades, a defesa do empresário retirou o réu do plenário por questão de saúde. Ele não estava na sessão no momento da leitura da sentença. O juiz, porém, explicou que “é direito constitucional do acusado estar presente na sessão plenária, mas no caso é plenamente plausível o pedido da defesa, que fundamenta em problemas de saúde”.
O terreno alvo de disputa fica em Taguatinga, na antiga sede da Viação Pioneira, empresa de propriedade de Constantino. Segundo o MP, um grupo ocupava a área e, meses antes do crime, o empresário ameaçava expulsá-los do local: “Se os moradores não saíssem por bem, sairiam de qualquer maneira”, dizia o empresário, de acordo com MP.
A defesa de Constantino, no entanto, sustentou que, naquela época, o terreno não era mais dele. Além disso, afirmou que Manuel Tavares, apontado como responsável pelo disparo que matou o líder comunitário, estava preso na data em que ocorreu o crime.
O promotor, no entanto, alegou que pode até não saber quem o matou, mas tem certeza quem mandou executá-lo.
Além dos advogados, o empresário, apontado em 2008 pela revista Forbes como dono de um patrimônio de US$ 5 bilhões, também deu seu testemunho. Ele disse "que nunca fez mal a ninguém" e negou ter oferecido suborno à delegada Mabel Correia, responsável pelo inquérito na época do crime, para interromper as investigações.
Além de Constantino, o ex-vereador de Amaralina (GO) Vanderlei Batista pegou 13 anos de reclusão; o ex-empregado do empresário João Marques foi condenado a 15 anos em regime fechado; e João Alcides Miranda, dono da arma usada no crime, pegou a maior pena, de 17 anos e 6 meses de prisão. Todos vão recorrer em liberdade. Vitor Foresti, genro do fundador da Gol, foi absolvido.
A defesa de Constantino informou que irá recorrer.
Comentários de leitores
2 comentários
Me engana que Eu gosto............
hammer eduardo (Consultor)
No ritmo da Justiça atualmente em voga no Brasil , os tribunais em breve serão obrigados a contratar Pessoas da Religião Espirita para se comunicarem com os envolvidos em fatos complicados mas que não mais se encontram entre Nós , tamanha a demora.
Este caso teve na época uma TREMENDA repercussão mas obviamente os divogadios pagos a peso de ouro e barrinhas de cereal empurraram tudo com suas enormes barrigas ate o momento atual.
Obvio que com sua idade avançada , nem fica muito difícil imaginar que existirão não as "alegações finais" mas sim os "artifícios finais" que manterão no plano pratico o vetusto meliante da terceira idade fora das merecidas grades , apenas aguardando a chamada do "coisa ruim" la daquele lugar profundo com alto aroma de enxofre.
Este é o Brasilzão velho de guerra que esta mesmo marcado para continuar em sua marcha inexorável para absolutamente "lugar nenhum" a não ser a mediocridade da historia.
O crime compensa no Brasil
O Ninfador (Outros)
Condenado a 16 anos (que já são poucos anos) em breve será solto, em menos de cinco anos, por causa do pseudo "bom comportamento", oriundo da famigerada e retrógada progressão de pena, e também por questão de saúde e idade, já vi esse filme antes!
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