Nenê Constantino

Fundador da Gol é condenado a 16 anos de prisão por homicídio

Autor

12 de maio de 2017, 17h19

Em um julgamento que durou 57 horas e aconteceu 16 anos depois do crime, Nenê Constantino, fundador da companhia aérea Gol, foi condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por ser o mandante de um assassinato.

Reprodução
Nenê Constantino foi condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por ser o mandante de um assassinato.
Reprodução

O juiz Marcos Guimarães Silva condenou o empresário a 13 anos e seis meses por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e cometido diante de dissimulação, e a 3 anos por corrupção de testemunho. O magistrado também impôs uma multa de R$ 84 mil ao bilionário.

Acusado de mandar matar o líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito em outubro de 2001, devido a uma disputa por um terreno, ele e mais três réus foram considerados culpados pelo Tribunal de Júri de Taguatinga, no Distrito Federal, na madrugada desta sexta-feira (12/5).

O julgamento, que foi retomado nesta semana, havia sido suspenso em 17 de março após o integrante do Ministério Público abandonar a sessão. O representante do MP defendeu a tese de que Constantino foi o responsável pelo assassinato.

Em duas oportunidades, a defesa do empresário retirou o réu do plenário por questão de saúde. Ele não estava na sessão no momento da leitura da sentença. O juiz, porém, explicou que “é direito constitucional do acusado estar presente na sessão plenária, mas no caso é plenamente plausível o pedido da defesa, que fundamenta em problemas de saúde”.

O terreno alvo de disputa fica em Taguatinga, na antiga sede da Viação Pioneira, empresa de propriedade de Constantino. Segundo o MP, um grupo ocupava a área e, meses antes do crime, o empresário ameaçava expulsá-los do local: “Se os moradores não saíssem por bem, sairiam de qualquer maneira”, dizia o empresário, de acordo com MP.

A defesa de Constantino, no entanto, sustentou que, naquela época, o terreno não era mais dele. Além disso, afirmou que Manuel Tavares, apontado como responsável pelo disparo que matou o líder comunitário, estava preso na data em que ocorreu o crime.

O promotor, no entanto, alegou que pode até não saber quem o matou, mas tem certeza quem mandou executá-lo.

Além dos advogados, o empresário, apontado em 2008 pela revista Forbes como dono de um patrimônio de US$ 5 bilhões, também deu seu testemunho. Ele disse "que nunca fez mal a ninguém" e negou ter oferecido suborno à delegada Mabel Correia, responsável pelo inquérito na época do crime, para interromper as investigações.

Além de Constantino, o ex-vereador de Amaralina (GO) Vanderlei Batista pegou 13 anos de reclusão; o ex-empregado do empresário João Marques foi condenado a 15 anos em regime fechado; e João Alcides Miranda, dono da arma usada no crime, pegou a maior pena, de 17 anos e 6 meses de prisão. Todos vão recorrer em liberdade. Vitor Foresti, genro do fundador da Gol, foi absolvido.

A defesa de Constantino informou que irá recorrer. 

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!