Regime confortável

Após se tornar delator, Fernando Baiano deixa prisão no Paraná

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18 de novembro de 2015, 20h26

O empresário Fernando Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, deixou nesta quarta-feira (18/11) o Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, exatamente um ano depois de ter sido preso na operação “lava jato”. Segundo o blog do jornalista Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo, ele vai passar um ano em regime de prisão domiciliar, no Rio de Janeiro, monitorado por tornozeleira eletrônica.

Em agosto, Baiano foi condenado a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão porque, segundo o juiz federal Sergio Fernando Moro, intermediou um contato do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró com um grupo coreano que queria assinar contratos de navios-sonda com a estatal, entre 2006 e 2007. Ele foi acusado de se aproveitar de uma “amizade íntima” com Cerveró para intermediar o pagamento de comissões ilícitas.

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Baiano tentou seguir defesa "clássica", mas aceitou delação e ganhou regime domiciliar

O réu teve três advogados diferentes. Os dois primeiros negavam as acusações e descartavam seguir o caminho da delação premiada. Em setembro, após nova mudança, Baiano decidiu colaborar com as investigações, em troca de benefícios.

Relatou então supostos encontros na casa do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje presidente da Câmara, para acertar pagamentos de valores ilícitos no esquema de propinas da Petrobras.

O termo de colaboração, homologado no Supremo Tribunal Federal, define que ele irá para o regime domiciliar semiaberto no ano que vem, ainda com tornozeleira, e em 2017 poderá ser liberado de usar o equipamento, de acordo com a Folha de S.Paulo. Ele também promete não recorrer nos processos da “lava jato” e se compromete a pagar multa de R$ 13,5 milhões — R$ 8,5 milhões já estão bloqueados de sua conta. 

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