Juiz aceita denúncia contra ex-diretor da Petrobras
25 de abril de 2014, 19h26
Por avaliar que há indícios suficientes de autoria e materialidade, a Justiça Federal no Paraná aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e outros oito investigados na chamada operação lava jato. Trata-se de uma das ações impetradas com base na apuração da Polícia Federal sobre suposto esquema de remessa ilegal de dinheiro ao exterior.
“Apesar das afirmações do acusado de que os pagamentos recebidos de Alberto Youssef (admitiu pelo menos o recebimento do veículo) seriam decorrentes de consultoria ao suposto operador do mercado de câmbio negro”, escreveu o magistrado, “observo que as planilhas e os repasses [feitos a Costa por empresas controladas por Youssef] abrangem período no qual ele ainda ocupava o cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras”, diz o juiz. Segundo Moro, não foi identificada qualquer prova sobre a prestação de consultoria.
Na avaliação do magistrado, também não houve explicação clara sobre a origem da quantidade de dinheiro em espécie encontrado na residência de Costa durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão (181,5 mil dólares; 10,8 mil euros e R$ 751 mil). Para Moro, é “razoável” reputar a quantia “como produto de atividades criminais, já que se trata de expediente usualmente utilizado para ocultar o numerário de registros oficiais”.
A defesa de Costa alega não haver qualquer indício de que o cliente tenha cometido crimes contra o sistema financeiro nacional ou de lavagem de dinheiro. Fernando Augusto Fernandes, um dos advogados dele, diz ainda que o juiz federal não tem competência para analisar o caso, já que a jurisdição estaria fora do Paraná. Segundo Fernandes, as investigações focam em atividades praticadas por Youssef em São Paulo, e o carro que Costa ganhou foi entregue no Rio de Janeiro.
Em um bilhete manuscrito e fotografado por um de seus advogados, Costa disse ter sido ameaçado por um agente da PF dentro da carceragem onde está, em Curitiba. A revista Consultor Jurídico não conseguiu localizar o advogado de Youssef no início da noite desta sexta-feira (25/4).
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Processo 5026212-82.2014.404.7000
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