Relato sem lógica

Ex-advogado de Lúcio Funaro diz que ele mente em delação premiada

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14 de setembro de 2017, 7h33

Em delação premiada, Lúcio Funaro afirmou que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o monitorava por meio de três advogados a fim de evitar que fechasse um acordo de colaboração. O criminalista Daniel Gerber, um dos acusados por Funaro, critica a Procuradoria-Geral da República por conceder benefícios a delatores que, segundo ele, relatam acontecimentos sem a mínima sustentação lógica.

Ele era advogado do agora delator e diz que, à época dos fatos narrados, tentava fechar acordo com a PGR, contrariando os interesses do Palácio do Planalto. “Se hoje sou advogado do ministro Padilha, o sou por competência e lealdade aos clientes, não por motivos escusos", afirma.

Além disso, ele comenta que, quando Funaro foi preso, conseguiu que fosse realizada uma audiência de custódia para dar início à colaboração com o Poder Público. Depois, o processo foi para 1ª instância e ele seguiu as tentativas: reuniu-se com os delegados do caso para firmar um acordo, mas Funaro rompeu o contrato e ele deixou o caso.

O acordo de Funaro foi homologado pelo ministro Luiz Edson Fachin na última semana. 

Gerber afirma que e-mails trocados com a PGR quando estava na defesa de Funaro comprovam que nunca houve monitoramento, mas o contrário, pois demonstram que ele se esforçou para firmar acordo com a procuradoria-geral.  

O advogado diz que, em primeiro grau, o MPF “foi mais sensato”. “Infelizmente, porém, Funaro trocou de advogado antes de irmos adiante, acreditando em facilidades outras que eu jamais poderia oferecer", acusa.

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