STF definirá penas de parlamentares esta semana
26 de novembro de 2012, 10h40
O julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, continua nesta semana com a definição das penas dos políticos condenados por corrupção passiva. O Supremo Tribunal Federal faz nesta segunda-feira (26/11) a quadragésima oitava sessão dedicada ao assunto, depois de quase quatro meses de julgamento. Apenas nove ministros continuam votando após as aposentadorias de Cezar Peluso em agosto e Carlos Ayres Britto no dia 18 de novembro.
A corte já fixou a pena de 16 condenados, restando apenas nove: os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT); os ex-deputados Pedro Corrêa (PP), Bispo Rodrigues (PL, antigo PR), Roberto Jefferson (PTB), Romeu Queiroz (PTB), José Borba (PMDB); e o ex-tesoureiro do PTB Emerson Palmieri.
Encerrada a etapa das penas, o julgamento prosseguirá com a análise de questões residuais, como a responsabilidade pelo decreto de perda de mandato parlamentar — se do STF ou do Congresso Nacional —, o pedido do Ministério Público de prisão imediata dos condenados sem esperar os recursos e a possibilidade de decretar o ressarcimento de valores desviados do Erário.
Os ministros também vão revisar as penas para evitar incongruências e muitos já manifestaram interesse em analisar várias penas em conjunto, como um só crime em continuidade delitiva, o que reduziria significativamente os tempos de prisão já estipulados.
Caso não haja alterações no calendário, o Supremo terá apenas dez sessões plenárias até o recesso de fim de ano, que começa no dia 20 de dezembro e vai até fevereiro. Não haverá sessão nesta quinta-feira (29/11) porque a data está reservada para a posse do ministro Teori Zavascki, em cerimônia no próprio STF.
O fim do julgamento não indicará o fim do processo, pois os advogados já sinalizaram que vão recorrer das punições impostas pelo Supremo. Não há prazo para que o STF responda a esses recursos — algumas ações penais julgadas em 2010 não têm resposta definitiva até hoje. A tendência é que os réus respondam ao processo em liberdade até o esgotamento de todos os recursos possíveis. Com informações da Agência Brasil.
Números do mensalão | ||
---|---|---|
Condenado | Pena | Multa |
Marcos Valério (publicitário) | 40 anos, dois meses e dez dias | R$ 2,72 milhões |
Ramon Hollerbach (publicitário) | 29 anos, sete meses e 20 dias | R$ 2,533 milhões |
Cristiano Paz (publicitário) | 25 anos, 11 meses e 20 dias | R$ 2,533 milhões |
Simone Vasconcelos (ex-diretora da SMP&B) | 12 anos, sete meses e 20 dias | R$ 374,4 mil |
Rogério Tolentino (advogado ligado a Valério) | oito anos e 11 meses | R$ 312 mil |
José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil) | dez anos e dez meses | R$ 676 mil |
José Genoino (ex-presidente do PT) | seis anos e 11 meses | R$ 468 mil |
Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) | oito anos e 11 meses | R$ 325 mil |
Kátia Rabello (ex-presidenta do Banco Rural) | 16 anos e oito meses | R$ 1,5 milhão |
José Roberto Salgado (ex-vice-presidente do Banco Rural) | 16 anos e oito meses | R$ 1 milhão |
Vinícius Samarane (ex-diretor do Banco Rural) | oito anos e nove meses | R$ 598 mil |
Breno Fischberg (sócio da corretora Bônus Banval) | cinco anos e dez meses | R$ 572 mil |
Enivaldo Quadrado (sócio da corretora Bônus Banval) | nove anos e 20 dias | R$ 676 mil |
João Cláudio Genu (ex-assessor parlamentar do PP) | sete anos e três meses | R$ 520 mil |
Jacinto Lamas (ex-secretário do PL, atual PR) | cinco anos | R$ 260 mil |
Henrique Pizzolato (ex-diretor do Banco do Brasil) | 12 anos e sete meses | R$ 1,316 milhão |
Encontrou um erro? Avise nossa equipe!