Moro tenta negociar quantidade de testemunhas que Lula pode arrolar
24 de abril de 2017, 22h18
O juiz federal Sergio Moro quer negociar com a defesa do ex-presidente Lula a quantidade de testemunhas que ele pode arrolar. Semana passada, Lula havia convocado 87 testemunhas numa ação penal em que ele é acusado de receber propina da Odebrecht. Moro concordou, mas determinou que o ex-presidente acompanhasse todos os depoimentos presencialmente. Nesta segunda-feira (24/4), o magistrado disse estar disposto a reconsiderar a ordem, caso a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva também esteja.
“Para evitar maiores polêmicas, esclareço que reverei a decisão do indeferimento do pedido de dispensa de comparecimento pessoal caso seja igualmente revisto o rol de testemunhas arroladas pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, com a discriminação, circunstanciada, daquelas cuja oitiva é mesmo necessária e dos motivos concretos pelos quais não podem ser aproveitados os depoimentos por elas já prestados", escreveu Moro.
As testemunhas foram arroladas numa ação penal em que Lula é acusado de receber R$ 75 milhões da Odebrecht referentes a oito contratos superfaturados da construtora com a Petrobras. O ex-presidente é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba disse que Lula deveria estar presente em todas as audiências e presenciar todos os depoimentos, “já que este julgador terá que ouvir oitenta e sete testemunhas da defesa de Lula, além de dezenas de outras, embora em menor número, arroladas pelos demais acusados”.
Ação Penal 5063130-17.2016.4.04.7000
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