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ONU convida advogada brasileira para discutir direitos das mulheres em Nova York

 

11 de março de 2024, 19h00

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas – Rede Brasil convidou Patrícia Iglecias, sócia responsável pela área ambiental do escritório Wald, Antunes, Vita e Blattner Advogados, para participar da 68ª Commission on the Status of Women (CSW, na sigla em inglês, ou Comissão Sobre a Situação da Mulher), na próxima quinta-feira (14/3), em Nova York. A Comissão Sobre a Situação da Mulher é uma instância da ONU, criada em 1946, para discutir a situação dos direitos das mulheres e o empoderamento feminino em todo o mundo. O evento é fechado para convidadas em posições de liderança em todo o mundo.

Patrícia Iglecias participará de conferência da ONU em Nova York

Em 2024, a 68ª CSW será realizada de 11 a 22 de março na sede da ONU e reunirá empresários de todo o mundo, líderes do governo, sociedade civil, academia e das Nações Unidas para debater o tema. Nesse ano, o assunto principal do encontro é a aceleração da conquista da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas, combatendo a pobreza e fortalecendo as instituições e o financiamento com uma perspectiva de gênero.

O Pacto Global da ONU – Rede Brasil debaterá temas como aumento significativo da população que viveu com menos de US$ 3,65 por dia em 2023 e escalada da pobreza em países economicamente desfavorecidos. De acordo com dados da ONU Mulheres e da ONU Desa, se os padrões atuais persistirem, a previsão é a de que aproximadamente 8% da população feminina global (342,4 milhões de mulheres) viverá com menos de US$ 2,15 por dia até 2030.

No Brasil, segundo dados do IBGE, as taxas de pobreza caíram de 36,7% para 31,6% em 2022. Porém, considerando os dados da população negra, 40% eram pobres em 2022, o dobro da taxa da população branca (21%). O arranjo domiciliar formado por mulheres pretas ou pardas, sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos concentrava a maior incidência de pobreza: 72,2% dos moradores desses arranjos eram pobres.

“Os números mostram que a questão de igualdade de gênero precisa ser enfrentada também sob o prisma da vulnerabilidade ambiental. Por exemplo, mulheres e meninas são mais vítimas de eventos extremos e desastres ambientais. Por isso, é importante pensar em soluções juntamente com outros países para mudança dessa realidade ao longo dos anos”, afirma Patrícia. Segundo ela, “também o acesso às posições de direção seja no setor privado, no setor público ou na academia ainda é um desafio”.

Em uma série de eventos paralelos, os participantes do Pacto Global da ONU oferecerão sugestões de melhores práticas, representando todas as regiões do mundo. Com mais de 20 mil membros em 164 países, o Pacto Global da ONU, foi idealizado em 2000. O Pacto Global da ONU – Rede Brasil foi criado em 2003, e hoje é a segunda maior rede local do mundo, com mais de 1.900 participantes. Mais de 50 projetos em execução no país abrangem, principalmente, os temas: água e saneamento; alimentação e agricultura; energia e clima; direitos humanos e trabalho; anticorrupção; e engajamento e comunicação.

Patrícia é sócia responsável pela área ambiental do Wald, Antunes, Vita e Blattner Advogados Wald e professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Também é professora nos cursos de mestrado e doutorado do Programa de Ciência Ambiental da USP. É superintendente de gestão ambiental da USP, presidente do instituto O Direito por um Planeta Verde, foi CEO da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e secretária do Meio Ambiente do estado de São Paulo.

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