Arapongagem inexplicada

Caso de grampo de Youssef vai para 23ª Vara Federal de Curitiba

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4 de setembro de 2023, 22h03

O juiz Fábio Nunes de Martino — que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba em junho deste ano — enviou para a 23ª Vara Federal da mesma cidade a investigação que apura a instalação de um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. A informação é da Folha de S. Paulo.

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Caso sobre grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef  vai para 23ª Vara Federal

A decisão é da última sexta-feira (1º/9) e foi provocada por pedido da defesa do doleiro para ter acesso à íntegra da investigação. 

O juiz titular da 23ª Vara é Nivaldo Brunoni, atualmente convocado pelo TRF-4. Diante disso, o juiz Paulo Sérgio Ribeiro tem atuado como substituto. 

Em maio deste ano, o então titular da 13ª Vara, juiz Eduardo Appio, determinou a instauração de inquérito para investigar o grampo ilegal na cela de Youssef.

Entenda o caso
O grampo foi encontrado pelo doleiro na sua cela em 2014, quando ele ainda se recusava a colaborar com as investigações da "lava jato". Na ocasião, a PF alegou que a escuta era antiga e estava desativada. Agora, Youssef obteve até mesmo os áudios do que foi ouvido ilegalmente pelos investigadores. Com isso, o doleiro vai pedir à Justiça Federal de Curitiba a anulação de seu acordo de delação e de suas condenações. As informações são da revista Veja.

No início da "lava jato", em 2014, Youssef foi apontado como operador financeiro de um esquema de desvios na Petrobras. Ele foi condenado em diversas decisões, mas teve sua pena reduzida porque aceitou relatar sua participação nas irregularidades. A delação do doleiro foi uma das principais bases da autodenominada força-tarefa.

Em depoimento prestado à Corregedoria da Polícia Federal em 2019, Youssef disse sobre o grampo ilegal que "os presos olharam e puxaram o equipamento para fora, momento em que o depoente fez sinal para que nada falassem e recolocaram o equipamento no lugar".

De acordo com Youssef, quando seu então advogado, Antonio Figueiredo Basto, foi ouvi-lo, "para não falar no parlatório que era gravado, escreveu para ele em um papel que tinha encontrado uma escuta na cela".

Segundo o doleiro, o advogado escreveu no celular que Youssef "deixasse quieto", pois faria uma petição para o então juiz do caso, Sergio Moro, perguntando se ele havia autorizado uma escuta ambiental na cela. "Entretanto, após Moro dizer que não havia autorizado, o doleiro e os outros presos da cela número 05 tiraram o equipamento", afirmou em trecho do depoimento.

Youssef confirmou que "não desligaram o equipamento" e que "o equipamento somente foi retirado do local quando o doleiro levou ao parlatório para seu advogado fotografá-lo, sendo que, após, recolocou o equipamento no local onde foi encontrado".

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