quinta leva

PGR faz mais 150 denúncias contra golpistas envolvidos nos ataques do dia 8

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27 de janeiro de 2023, 17h46

A Procuradoria-Geral da República apresentou nesta sexta-feira (27/1) mais 150 denúncias contra bolsonaristas envolvidos nos ataques antidemocráticos cometidos no último dia 8 à Praça dos Três Poderes, em Brasília. Com isso, o total de denúncias chegou a 254.

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MPF prossegue com denúncias contra golpistas que invadiram Praça dos 3 PoderesConJur

Os denunciados foram detidos no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, na capital federal. Eles são acusados de associação criminosa e incitação de animosidade das Forças Armadas contra os Poderes constitucionais.

Esta é a quinta leva de denúncias da PGR enviadas ao Supremo Tribunal Federal contra participantes dos atos golpistas. As pessoas estão presas no Distrito Federal, após audiência de custódia e decretação das preventivas.

O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, afirmou que "havia uma evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e permanência" dos manifestantes no acampamento.

Conforme documentos, imagens e mensagens obtidos pelos investigadores, o acampamento funcionava como uma espécie de vila, com local para refeições, feira, transporte, atendimento médico, sala para teatro de fantoches, massoterapia, carregamento de aparelhos e até assistência religiosa.

Porém, Santos explica que não é possível denunciar os envolvidos também por terrorismo. Isso porque, conforme a Lei Antiterrorismo, tal crime abrange somente condutas praticadas por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião. "Não faz parte dos tipos penais o cometimento de crimes — por mais graves que possam ser — por razões políticas", diz ele.

Santos ainda ressalta que o Ministério Público Federal não pode oferecer acordo de não persecução penal (ANPP) porque a medida é incompatível com o objetivo dos crimes — a tomada violenta do Estado democrático de Direito — e com a associação criminosa permanente e estável.

A PGR pede também a condenação dos denunciados ao pagamento de indenização mínima, "ao menos em razão dos danos morais coletivos evidenciados pela prática dos crimes imputados".

Por fim, o MPF solicita a continuidade das investigações e requer que as testemunhas sejam ouvidas em blocos de 30 denúncias, devido ao grande número de envolvidos, para agilizar os próximos passos. Com informações da assessoria de imprensa do MPF.

Clique aqui para ler uma das denúncias

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