"Risco de fuga"

Justiça da Espanha mantém prisão de Daniel Alves, acusado de estupro

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21 de fevereiro de 2023, 9h25

A Justiça de Barcelona, na Espanha, negou um pedido de liberdade provisória feito pela defesa do lateral-direito Daniel Alves. Com isso, o jogador segue preso preventivamente até a conclusão das investigações sobre uma denúncia de agressão sexual.

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DivulgaçãoJustiça da Espanha mantém prisão de lateral Daniel Alves, acusado de estupro

A prisão foi decretada, principalmente, pelo "risco de fuga elevado", já que Daniel Alves não mora na Espanha e estava de férias no país. A defesa chegou a sugerir a apreensão do passaporte do atleta, o que também foi negado pelo tribunal de Barcelona.

"Há diversos indícios da criminalidade de Daniel Alves, e eles não partem apenas das declarações da denunciante", diz a decisão judicial, obtida pelo portal UOL, que cita depoimentos da vítima, de testemunhas e imagens das câmeras de segurança da casa noturna para negar o pedido de liberdade.

Além disso, a Justiça espanhola levou em consideração os exames de corpo de delito e de DNA, que identificaram a presença de material genético do jogador no corpo da vítima. E, novamente, foi citado o risco de fuga, uma vez que Daniel Alves "só vai a Barcelona de férias" e "toda a família, com exceção da atual esposa, vive no Brasil".

Daniel Alves foi detido em 20 de janeiro por suspeita de ter estuprado uma jovem de 23 anos em uma casa noturna de Barcelona em 30 de dezembro do ano passado. Ele nega as acusações, mas já apresentou ao menos três versões diferentes, segundo a imprensa espanhola.

Primeiro, disse que não conhecia a vítima. Depois, disse que teria havido relação sexual com consentimento. Por último, afirmou que estava bêbado e não lembrava do que aconteceu naquela noite.

O advogado Cristóbal Martell Pérez-Alcalde, especialista em direito penal e o responsável pela defesa do brasileiro, rebateu em entrevista à Folha de S.Paulo a questão das diferentes versões e diz que baseia sua defesa em um ponto: não há lesão, segundo ele, compatível com estupro.

"(…) sobre provas indiscutíveis. Um, a vítima não tem lesões vaginais. Dois, a vítima não tem lesões de redução. Lesão de redução acontece quando alguém é impedido de se mover. Se te pegam com força pelo braço ou pelo pulso, vai deixar lesões. Ela não tem esses ferimentos. E três, mesmo que ela tenha dito que Daniel Alves a esbofeteou, ela também não apresenta essa lesão. O que ela tem é uma ferimento no joelho. Mas uma lesão no joelho é compatível com sexo consensual."

Em nota divulgada hoje, o advogado de defesa informou que vai preparar outro recurso ainda na tentativa de colocar o jogador em liberdade durante o processo.

"Daniel Alves da Silva segue sendo tão inocente como era antes do veredito do processo. Sua vontade de abandonar a Espanha e evitar o processo era e é inexistente.
A sentença é assimétrica. Utiliza como indícios as afirmações de culpa que oferece o atestado policial e, por outro lado, os elementos de inocência que oferecem a defesa o leva para o julgamento oral."

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