Juíza mantém vistoria de e-mails de executivos das Americanas e nomeia perita
1 de fevereiro de 2023, 16h48
A juíza Andréa Galhardo Palma, da 2ª Vara Empresarial de São Paulo, negou recurso das Lojas Americanas para vetar vistoria de e-mails de executivos da empresa em ação movida pelo Bradesco.
Na mesma decisão, a julgadora indicou a empresa Kroll para fazer a perícia nos computadores da empresa para buscar indícios de fraude no escândalo contábil que culminou na recuperação judicial da gigante varejista.
No recurso, as Americanas sustentaram que a busca nos e-mails poderia gerar vazamentos para a imprensa da intimidade de terceiros não relacionados ao caso.
A juíza decretou sigilo sobre o material colhido nos computadores, conforme pedido pela empresa, mas autorizou o compartilhamento das informações com a Comissão de Valores Mobiliários.
"Considero notório o interesse público na apuração dos fatos em questão, que será beneficiado pelo incremento da transparência sobre as provas aptas a demonstrarem as alegadas fraudes", escreveu a julgadora.
As informações ficarão em sigilo até que todo o material passe por triagem realizada por um expert nomeado. Os demais atos processuais permanecerão públicos.
Escândalo contábil
No último dia 19 de janeiro, a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro autorizou o processamento da recuperação judicial da empresa. A decisão ocorreu após revelação de rombo contábil bilionário na empresa.
A dívida da varejista é de cerca de R$ 43 bilhões e há aproximadamente 16,3 mil credores. A empresa está em situação delicada depois de divulgar "inconsistências" de R$ 20 bilhões em seu balanço.
As Americanas deverão apresentar o plano de recuperação judicial em 60 dias. O processo envolve mais de 50 escritórios de advocacia como credores, com dívidas superiores a R$ 21 milhões.
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Processo 1000147-05.2023.8.26.0260
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