Direito de resposta

Lula pede resposta a propaganda de Bolsonaro que tenta associá-lo ao crime

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7 de setembro de 2022, 15h15

A coligação Brasil Esperança, composta pelos partidos que integram a campanha do ex-presidente Lula ao Planalto, apresentou pedido de resposta ao Tribunal Superior Eleitoral contra um comercial veiculado pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) que tenta associar uma declaração antiga do líder petista a uma suposta defesa de ladrões.

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Bolsonaro se utiliza de trecho de fala do ex-presidente Lula para tentar associar o líder petista ao crime e a violência urbana no país
Marcelo Camargo/Agência Brasil

No comercial, Bolsonaro exalta ações de seu governo em favor da Polícia Federal e alega que conseguiu apreender mais drogas e armas. Ele se utliza de um trecho de uma declaração de Lula e ataca o ex-presidente: "Eu acho o Lula um verdadeiro ladrão, que não se importa com ninguém, entendeu? Que não se importa com a sociedade, que rouba a sociedade."

No pedido de direito de resposta, os advogados de Lula sustentam que o comercial extrapolou o direito à crítica política. "Como se vê, por meio de tais falas, o programa impugnado, imbuído de forte apelo emocional, consubstancia-se de uma fala descontextualizada do ex-presidente Lula, com a finalidade de transmitir ao espectador um estado emocional de que seria o ex-Presidente conivente com a marginalidade do país", diz trecho da inicial. 

Na frase usada pela campanha de Bolsonaro, Lula afirma que está indignado com a atual situação do país. Veja na íntegra:

"O que nós queremos, na verdade, é que esta gente saiba que este país é nosso. Eu não posso, aos 74 anos de idade, ver essa gente destruir o país que nós construímos. Eu não posso ver aumentar o número de gente dormindo na rua. Eu não posso ver aumentar o número de mulheres jovens vendendo o seu corpo a troco de um prato de comida. Eu não posso ver mais jovem de 14 e 15 anos assaltando e sendo violentado, assassinado pela polícia, às vezes inocente ou às vezes porque roubou um celular. Se as pessoas tiverem onde trabalhar, se as pessoas tiverem salário, se as pessoas tiverem onde estudar, se as pessoas tiverem acesso à cultura, a violência vai cair. 

E nós temos que dizer, contra a distribuição de armas de Bolsonaro, nós vamos distribuir livros, vamos distribuir emprego, vamos distribuir acesso à cultura. É esse país que nós queremos e sabemos como construir. É este país que a gente ver todo santo dia eles falarem que é preciso."

Os advogados de Lula sustentam que o uso da fala do ex-presidente no contexto usado pela campanha de Bolsonaro nada mais é do que uma tentativa de desinformar e tentar a manipular a opinião pública. 

A coligação Brasil Esperança é representada pelos escritórios Aragão e Ferraro Advogados e Zanin Martins Advogados.

Processo 0600960-29.2022.6.00.0000

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