PGR é provocada sobre ataques da Secom contra cineasta Petra Costa
7 de fevereiro de 2020, 16h23
A Procuradoria Geral da República foi oficialmente acionada para apurar a atuação da Secretária de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) sobre os ataques à cineasta Petra Costa na última terça-feira (4/2).
Costa é diretora do documentário Democracia em Vertigem, que reconta o passado recente da democracia brasileira, com destaque para o impeachment de Dilma Rousseff. O longo está concorrendo ao Oscar de melhor documentário — a cerimônia de premiação será no próximo domingo (9/2).
No dia dos ataques, a ConJur buscou a opinião de especialistas; a maioria dos consultados apontou que a Administração Pública houve quebrou os ditames do princípio da impessoalidade.
A representação é endereçada ao procurador-geral Antônio Augusto Aras e foi protocolada pelos advogados Vinícius Augustus Fernandes Rosa Cascone e Maíra Calidone Recchia Bayod, representando o médico, professor e vereador Pedro Tourinho (PT), de Campinas/SP.
Petra Costa despertou a ira de correligionários do governo ao conceder uma entrevista à emissora norte-americana PBS. O perfil oficial da Secom passou a atacar Petra Costa em uma série de postagens. Em uma delas, o órgão público chamou a cineasta de “agente anti-Brasil”.
Na representação à PGR, os advogados alegam que, ao propagar a ofensa em perfil oficial do governo, a Secom feriu principalmente o artigo 37 da Constituição Federal, que versa sobre a Administração Pública.
Os patronos pleiteiam a imediata abertura de procedimento administrativo para a investigação penal e cível, bem como judiciais, a fim de apurar a materialidade e a autoria dos fatos penais que vierem a ser tipificados e os ilícitos civis e administrativos apontados; o oferecimento de denúncia criminal, em face da conduta possivelmente antijurídica dos envolvidos, para que seja promovida a respectiva e necessária ação penal que os fatos reclamam e a abertura de inquérito civil administrativo, a fim de apurar responsabilidades civis e políticas pela eventual prática de atos de improbidade administrativa pelos envolvidos.
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