Atuação especializada

Mais de 20 juízes do RJ ameaçados por milicianos recebem escolta

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1 de fevereiro de 2020, 19h28

Pelo menos 22 magistrados do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro passaram a andar escoltados depois de receber ameaças de milicianos. A proteção da integridade dos juízes tem sido uma das tarefas da 1ª Vara Criminal Especializada no Combate ao Crime Organizado, criada em setembro de 2019.

AC e RL (TJ-SP)
Claudio de Mello Tavares elogiou a atuação da vara especializada e disse que, se houve necessidade, novas varas serão criadas AC e RL (TJ-SP)

As informações foram divulgadas pelo presidente do TJ-RJ, desembargador Claudio de Mello Tavares, que elogiou a atuação da vara especializada durante entrevista sobre a ação que decretou prisão preventiva de 44 milicianos, incluindo policiais militares. Segundo o desembargador, novas varas especializadas podem ser criadas.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ, criada para receber apenas processos sobre organizações criminosas e lavagem de dinheiro. A vara conta com três juízes criminais, que podem, inclusive, assinar conjuntamente as sentenças.

Além de decretar a prisão de 44 dos 45 acusados, a Vara Especializada suspendeu as atividades funcionais dos policiais presos, com a consequente perda do porte de armas, inclusive dos aposentados, e de todas as prerrogativas do cargo.

"Essa operação se iniciou com um trabalho de Inteligência da Polícia Civil e do Ministério Público, e teve uma resposta rápida do Poder Judiciário, que prontamente expediu os mandados de prisão e de busca e apreensão. Estamos dando uma resposta rápida à sociedade, que não pode mais conviver com esse tipo de crime", disse o desembargador Claudio de Mello Tavares.

Durante a entrevista, o presidente do TJ-RJ explicou que a operação é o primeiro grande caso da vara especializada e que, se houver necessidade, poderão ser criadas outras varas como essa.

Para Tavares, a operação foi bem-sucedida e ocorreu sem vazamentos no processo, que tramita em segredo de Justiça. Segundo o desembargador, os mandados foram entregues em mãos aos policiais militares e aos promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro.

"A milícia está se alastrando. É um câncer que a sociedade está enfrentando. O Judiciário vai agir com rigor. Ninguém teme ameaça. O Judiciário está agindo e está atento. Hoje, demos um golpe forte nos milicianos. Foi o primeiro grande passo da vara especializada", afirmou. Com informações da Agência Brasil e Assessoria de Imprensa do TJ-RJ.

Processo 112.117.6220-19.8.19.0001

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