Moro aproveita tuíte de Glória Perez e reforça campanha pelo seu projeto
6 de outubro de 2019, 12h19
O ministro Sergio Moro (Justiça) segue na cruzada para tentar emplacar suas propostas para a segurança pública em propaganda paga no rádio e na televisão e também por meio de postagens de apelo "emocional" nas redes sociais.
Neste domingo (6/10), o ex-juiz da "lava jato" respondeu a um tuíte da autora de novela Glória Perez para promover o conjunto de propostas que nomeou de "pacote anticrime".
"Por trás de cada crime, uma tragédia pessoal. O júri é soberano ou não no julgamento de assassinatos? Se sim, por que transformá-lo em tribunal de passagem? É normal sair andando livre na rua após ser condenado por assassinato? Chega de impunidade #PacoteAnticrime", escreveu.
A mensagem foi uma resposta à publicação de Perez, que perdeu a filha Daniella brutalmente assassinada em 1992. A roteirista compartilhou uma notícia sobre Adriana Villela, que matou os pais e a empregada da família, foi condenada a 67 anos de prisão, mas poderá recorrer em liberdade. A autora aproveitou para defender o pacote de leis de Moro.
"Condenada a 67 anos de prisão sai livre do Tribunal! É disso que trata também o projeto anticrime #Moro “Crime da 113 Sul: Adriana Villela é condenada pelos assassinatos dos pais e da empregada da família."
Daniella Perez foi morta aos 22 anos a tesouradas pelo colega de trabalho Guilherme de Pádua, com quem atuava em "De Corpo e Alma", da TV Globo, e fazia um par romântico na novela da faixa das 8h da noite.
Pádua foi condenado a 19 anos e cumpriu seis em regime fechado. A mãe da vítima então passou a ser uma voz cobrando punições mais duras para crimes contra a vida.
Filha de ministro
A arquiteta Adriana Villela foi condenada a 67 anos e 6 meses de reclusão em regime inicialmente fechado pelo assassinato do pai, José Guilherme Villela, ministro do Tribunal Superior Eleitoral, da mãe, Maria Villela, e da empregada da família Francisca Nascimento Silva, em 2009, em Brasília.
Emparedando Congresso
Moro tem tentado sair da defensiva e ir para o ataque. Na quinta-feira (3/10) lançou em conjunto com o presidente Jair Bolsonaro uma campanha publicitária para promover seu pacote de leis.
A propaganda de televisão relata casos reais, nos quais parentes de vítimas mostram angústia por conta dos criminosos terem tido algum benefício legal do qual discordam.
A medida não caiu bem no Congresso, que vê uma tentativa do ministro de emparedar o Congresso e obrigá-lo a aprovar o projeto. PCdoB, PSOL e Rede foram ao Tribunal de Contas da União para impedir a campanha publicitária.
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