"operação piloto"

Beto Richa vira réu na "lava jato" por propina de R$ 7,5 milhões da Odebrecht

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1 de julho de 2019, 20h10

O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) se tornou réu da "lava jato" por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude à licitação referentes a uma PPP (Parceria Público-Privada) para duplicação da rodovia PR-323. Richa é acusado de ter recebido R$ 7,5 milhões em propinas da Odebrecht.

A denúncia do Ministério Público Federal foi acolhida nesta segunda-feira (1º/7) pelo juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba. Além de Richa, outras seis pessoas também se tornaram rés, incluindo o irmão do tucano, Pepe Richa, e um ex-secretário do governo do Paraná, Ezequias Moreira. Agora, as defesas terão até dez dias para apresentarem a resposta à acusação.

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Richa se tornou réu da "lava jato" pela terceira vez e responderá por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

Segundo a denúncia, o grupo político de Richa teria direcionado a licitação da PPP para a Odebrecht. A investigação apontou o contato entre executivos da construtora e agentes públicos do governo antes mesmo da publicação das diretrizes da licitação. Além disso, o MPF afirma que aliados de Richa teriam atuado para afastar outras empresas interessadas na PPP. Em contrapartida, a Odebrecht realizou os pagamentos ilícitos.

De acordo com a força-tarefa, mais de R$ 3,5 milhões foram repassados por meio do “setor de operações estruturadas”, o departamento da Odebrecht responsável pelos pagamentos de propina. Foram encontrados inúmeros pagamentos em 2014 ligados ao codinome “piloto”, usado para identificar Beto Richa. Ele recebeu outros R$ 3,4 milhões, segundo o MPF, através de cotas de um imóvel subfaturado.

Esse é o terceiro processo da "lava jato" contra o ex-governador. Ele também responde a outras ações penais na Justiça estadual, por desvios na construção de escolas públicas e na revitalização de rodovias rurais. Richa nega todas as acusações.

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