J&F nega edição em áudios de Joesley e defende delação premiada
21 de maio de 2017, 13h52
Depois que o presidente Michel Temer classificou de "fanfarronice" e "conversa de porões obscuros" o diálogo gravado pelo empresário Joesley Batista, o Grupo J&F defendeu a postura de seu presidente e dono. Em nota, a companhia disse que a delação premiada "está permitindo que o Brasil mude para melhor".

"Fica cada vez mais claro que não seria possível expor a corrupção no país sem que pessoas que cometeram ilícitos admitissem os fatos e informassem como e com quem agiram, fornecendo indícios e provas", diz a empresa.
O grupo, que é dono da JBS, também rebate as acusações da defesa de Temer, de que o material entregue à PGR e vazado à imprensa sofreu edições. "Quanto ao áudio envolvendo o presidente Michel Temer, Joesley Batista entregou para a Procuradoria Geral da República a íntegra da gravação e todos os demais documentos que comprovam a veracidade de todo o material delatado."
Sobre o perdão concedido aos delatores, os irmãos Wesley e Joesley Batista, que não estão cumprindo qualquer medida cautelar ou pagaram qualquer compensação pelos crimes confessados, a J&F explica que as benesses são resultado de uma colaboração "muito diferente de todas que já foram feitas até aqui".
"Quanto mais sólida e forte uma delação, maiores os graus de exposição e desgaste dos delatores. No caso dos sete executivos, eles assumiram e ainda assumem um enorme risco pessoal, com ameaças à sua vida e à segurança da sua família."
Leia a nota da J&F:
A J&F considera fundamental ressaltar a importância do mecanismo da colaboração premiada, que está permitindo que o Brasil mude para melhor. Fica cada vez mais claro que não seria possível expor a corrupção no país sem que pessoas que cometeram ilícitos admitissem os fatos e informassem como e com quem agiram, fornecendo indícios e provas.
A colaboração de Joesley Batista e mais seis pessoas é muito diferente de todas que já foram feitas até aqui. Além da utilização de ação controlada com autorização judicial, houve vastos depoimentos, subsidiados por documentos, que esclarecem o modus operandi do cerne do sistema político brasileiro.
Quanto mais sólida e forte uma delação, maiores os graus de exposição e desgaste dos delatores. No caso dos sete executivos, eles assumiram e ainda assumem um enorme risco pessoal, com ameaças à sua vida e à segurança da sua família.
A negativa de denúncia e o perdão judicial são previstos pela legislação em vigor. A possibilidade de premiação excepcional para uma colaboração igualmente excepcional é de grande importância para o êxito do mecanismo da colaboração premiada.
É natural que, nesse momento, em função da densidade das delações, surjam tentativas de desqualificá-las.
Quanto ao áudio envolvendo o presidente Michel Temer, Joesley Batista entregou para a Procuradoria Geral da República a íntegra da gravação e todos os demais documentos que comprovam a veracidade de todo o material delatado.
Não há chance alguma de ter havido qualquer edição do material original, porque ele jamais foi exposto a qualquer tipo de intervenção.
Joesley Batista e outros colaboradores ressaltam a sua segurança com a veracidade de todo o conteúdo que levaram ao conhecimento do Ministério Público. Eles não hesitarão, se necessário, em fornecer os meios para reforçar as provas que entregaram."
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