Obstrução às investigações

Teori determina investigação contra Lula, Dilma e dois ministros do STJ

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17 de agosto de 2016, 14h44

A presidente afastada Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, os ex-ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Francisco Falcão, o ministro do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e o ex-senador Delcídio do Amaral serão investigados por suposta obstrução às investigações da operação "lava jato". A abertura do inquérito foi aprovada nessa terça-feira (16/8) pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

Nelson Jr./SCO/STF
Pedido de investigação autorizado pelo ministro Teori foi feito pela PGR.
Nelson Jr./SCO/STF

A investigação atende pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A solicitação é baseada na delação premiada feita por Delcídio. Em uma das oitivas, o ex-senador acusou a presidente afastada Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula de terem interesse em nomear, no ano passado, o ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do STJ, para barrar as investigações da operação "lava jato" e libertar empreiteiros presos.

Segundo o ex-senador, a suposta tentativa contou com o apoio de José Eduardo Cardozo, que, à época, era o ministro da Justiça, autoridade responsável por indicar informalmente à Presidência da República nomes de possíveis candidatos, e do ex-ministro Aloizio Mercadante.

Instituto Lula
Defesa de Lula afirmou que, além de abrir a investigação, Teori deveria analisar a conduta de Moro no processo.
Instituto Lula

Em nota, a defesa de Lula afirmou que o ex-presidente jamais interferiu nas investigações da "lava jato". Os advogados também sustentaram que Lula não se opõe a qualquer investigação, desde que o direito de defesa seja respeitado.

"Se o procurador-geral da República pretende investigar o ex-presidente pelo teor de conversas telefônicas interceptadas, deveria, também, por isonomia, tomar providências em relação à atuação do juiz da 'lava jato' [Moro] que deu publicidade a essas interceptações — já que a lei considera, em tese,  criminosa essa conduta", diz a defesa.

Dilma Rousseff declarou, por meio da assessoria, que não praticou nenhum ato para barrar as investigações da "lava jato". "A assessoria de imprensa da presidenta Dilma Rousseff afirma que a abertura do inquérito é importante para elucidar os fatos e esclarecer que em nenhum momento houve obstrução de Justiça. A verdade irá prevalecer", diz a nota.

Wilson Dias/ABr
Dilma afirmou que nunca tentou barrar as investigações da "lava jato".

Também em nota, Mercadante negou que tenha obstruído as investigações. “A decisão do Supremo Tribunal Federal de abertura de inquérito será uma oportunidade para o ex-ministro Aloizio Mercadante demonstrar que sua atitude foi de solidariedade e que não houve qualquer tentativa de obstrução da Justiça ou de impedimento da delação do então senador Delcidio do Amaral”, diz a nota.

Os ministros do STJ foram questionados sobre a investigação, mas informaram que não vão se manifestar. Com informações da Agência Brasil.

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