Ex-diretor internacional da Petrobras vira réu da operação “lava jato”
17 de dezembro de 2014, 11h48
O juiz federal Sergio Fernando Moro aceitou nesta quarta-feira (17/12) denúncia contra o ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró e outras três pessoas acusadas de integrar um esquema de desvios na estatal. É a sexta ação penal aberta em seis dias, depois que uma força-tarefa do Ministério Público Federal anunciou uma série de novas denúncias.

Moro, responsável por julgar todos os casos ligados à operação “lava jato” na 13ª Vara Federal de Curitiba, avaliou mais uma vez que as informações incluídas na denúncia são suficientes para abrir um processo. “Embora o quadro probatório não esteja completo, o fato é que, nessa fase processual, (…) tais elementos documentais, aliados aos depoimentos dos criminosos colaboradores e à aludida falta de esclarecimentos pelo acusado Fernando, conferem justa causa à denúncia.”
Camargo e Youssef firmaram acordo de delação premiada. O juiz afirma, porém, que o MPF também reuniu documentos que comprovariam os delitos e o envolvimento de Cerveró, pois “a palavra de um criminoso, ainda que colaborador, não é suficiente para condenar ou mesmo para acusar outra pessoa”.
De acordo com a defesa de Cerveró, as informações do MPF são “despidas de provas” e ele nega quaisquer irregularidades na contratação das sondas, sob o argumento de que o equipamento era necessário e sua compra foi aprovada em colegiado pela diretoria da Petrobras. O advogado Antonio Figueiredo Basto, defensor de Youssef, também nega que o cliente tenha tido qualquer relação com a área internacional da empresa.
Para o advogado Mário de Oliveira Filho, que representa Fernando Baiano, a denúncia é uma "peça de ficção", pois não há provas de que o cliente tenha recebido valores. Segundo ele, Fernando tem duas empresas especializadas em "detectar" negócios e intermediar a relação entre companhias, sem "relação íntima" com Cerveró e partidos ou qualquer trânsito facilitado na Petrobras. A reportagem não localizou os advogados de Julio Camargo.
Clique aqui para ler a decisão.
* Texto atualizado às 13h10 para acréscimo de informação.
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