Condição de insalubridade

Superlotação em centro socioeducativo impressiona CNJ

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26 de setembro de 2012, 13h04

A superlotação do Centro Socioeducativo Patativa do Assaré, em Fortaleza, superior a 100%, impressionou as juízas auxiliares da Presidência do Conselho Nacional de Justiça Cristiana Cordeiro e Joelci Diniz. São 144 adolescentes dividindo o espaço feito para abrigar 60 pessoas.

Durante a estada das juízas na unidade, internos exibiram baratas que encontraram no alojamento e contaram já ter visto ratos. "Ele sai do ralo e temos de matá-lo com uma garrafa que usamos para beber água", afirmou um adolescente de 17 anos. Alguns relataram problemas de pele que teriam ocorrido por causa do contato com o colchão. Nos alojamentos, alguns com até oito pessoas, os colchões são colocados no chão para acomodar a todos.

"O número excessivo de adolescentes torna lugares como o Patativa do Assaré locais de alta tensão. É difícil fazer o atendimento socioeducativo quando a lotação é mais que o dobro da capacidade da casa", disse a juíza Cristiana Cordeiro. Uma rebelião em 19 de agosto mobilizou todos os internos e destruiu a casa, que reúne os adolescentes cearenses que cometeram os atos infracionais considerados mais graves, como roubo e homicídio.

"A casa está em processo de reestruturação após a rebelião. Vemos que há boa vontade de reorganizar o espaço, mas há deficiências na forma como se trabalha com os adolescentes", ressaltou a juíza Joelci Diniz, que coordena o Programa Justiça ao Jovem ao lado da juíza Cristiana Cordeiro.

A visita das juízas faz parte da segunda fase programa do CNJ Justiça ao Jovem, que analisa as condições de unidades de internação em todo o Brasil. Na segunda-feira (24/9) elas começaram uma agenda de visitas às unidades de internação do Ceará, 12º estado visitado desde julho. Com informações da Assessoria de Imprensa do CNJ.

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