Oposição à gestão anterior, encabeçada por Gabriel Wedy, o juiz Nino Toldo, da chapa “Ajufe no Rumo Certo”, é o novo presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Na eleição, que aconteceu na sexta-feira (27/4), ele teve 48% dos votos válidos — 660 votos. A eleição foi feita em meio 100% eletrônico, em sistema disponibilizado gratuitamente pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.
O segundo colocado, o juiz federal Roberto Veloso, da chapa “Unidade e Ação” teve 31,9% — 439 votos. O juiz federal Glauber Pessoa Alves, da chapa “Ajufe para os Juízes”, ganhou 268 votos, que representaram 19,49% do total.
Foram eleitos membros do Conselho Fiscal os candidatos Alessandro Diaféria (491 votos), Warney Paulo Nery Araújo (427 votos) e César Arthur Cavalcanti de Carvalho (396 votos). O juiz Joaquim Lustosa Filho foi eleito suplente com 336 votos válidos.
Em entrevista concedida à revista Consultor Jurídico, Toldo mostrou-se um crítico feroz do trabalho de Wedy à frente da Ajufe e pretende se contrapor ao que fez o presidente nos últimos anos. Em sua visão, a estratégia de Wedy de defender a greve dos juízes federais como forma de reivindicação de reajustes acabou por colocar a opinião pública contra a carreira. E lamenta que, “depois de anos de trabalho para a Ajufe chegar a um patamar de credibilidade e respeito perante os interlocutores de assuntos relacionados à magistratura federal, a atual gestão da nossa associação nacional perdeu a capacidade de interlocução e não conseguiu nenhum ganho significativo para os associados”.
Mesmo quando defende bandeiras já levantadas por Wedy, como as férias de 60 dias para a magistratura, o oposicionista tratou de forma diferente o assunto. Para ele, o descanso dobrado é uma forma de fazer com que a carreira continue sendo uma carreira atrativa para os melhores profissionais do Direito. “Não interessa à sociedade que a opção pela magistratura passe a figurar dentre as últimas das opções de trabalho para os egressos das Faculdades de Direito. Infelizmente, o que temos visto nos últimos tempos é uma perda de atratividade da carreira da magistratura em relação a outras carreiras”, disparou.
O novo presidente da Ajufe é titular da 10ª Vara Federal Criminal da São Paulo. Formado em Direito pela USP em 1986, Toldo é doutor em Direito Econômico e Financeiro pela mesma universidade e mestre em Direito e Serviço Social pela Unesp. É o segundo juiz federal mais antigo em atividade na 3ª Região — por isso, ele deve ser colocado definitivamente como desembargador no TRF-3, onde julga como juiz convocado. Entrou na Justiça Federal em 1991, no primeiro concurso organizado pelo TRF-3, aprovado em 11º lugar. Com informações da Assessoria de Comunicação da Ajufe.
Comentários de leitores
3 comentários
Parabéns!
toron (Advogado Sócio de Escritório)
Não entro em detalhes sobre a gestão anterior, mas vejo com muita simpatia a eleição do Juiz Nino Toldo. Conheci-o como vice-presidente da Ajufe em debate do qual tomei parte. Embora com posições divergentes em alguns temas, Nino é um interlocutor inteligente, sensível e excelente para o diálogo, qualidades que o credenciam - e de sobejo - para o exercício da presidência.
Muita luz e sucesso para o novo presidente.
Alberto Zacharias Toron, advogado
A pessoa certa
João Francisco, Monte Aprazível (Auditor Fiscal)
Tenham certeza de que a Ajufe estará em boas mãos!
Conheço o Dr. Nino Toldo desde os tempos da pós-graduação na USP e pelo seu caráter e por sua sólida formação acadêmica não haveria magistrado mais adequado para conduzir a Ajufe, nos tempos atuais.
Caminho certo
Marcos Alves Pintar (Advogado Autônomo - Previdenciária)
De fato, tarda o momento da AJUFE encontrar seu rumo. A gestão passada foi desastrosa, e colocou os juizes federais na condição de "vilões do momento" junto à massa da população.
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