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Procurador-geral de Goiás pede exoneração do cargo

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14 de abril de 2012, 12h51

O procurador Ronald Bicca pediu, na sexta-feira (13/4), exoneração do cargo de procurador-geral do estado de Goiás. Ele afirma estar “cansado” de ver seu nome associado ao do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apontado como chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás. As informações são do portal G1.

O nome de Bicca apareceu em trechos de conversas entre Cachoeira, o ex-corregedor da Secretaria de Segurança Pública e outros dois homens apontados como braços-direitos do bicheiro. As ligações foram interceptadas pela Policia Federal (PF) nas investigações da Operação Monte Carlo. Em um dos diálogos, Cachoeira diz que se encontrará com o procurador, a fim de discutir uma pendência relacionada a precatórios de uma entidade de classe dos policiais, não especificada.

Em entrevista ao site G1 na manhã deste sábado (14/4), Bicca informou que está em sua casa em Brasília (DF) e não pretende voltar a Goiás. Ele nega qualquer envolvimento com Cachoeira: “Essas citações são fora de contexto. Com o tempo, vou provar que jamais teve gravação minha com alguém tratando de assunto referente ao Governo de Goiás”.

Sobre seu envolvimento com o senador Demóstenes Torres (sem partido), Bicca afirma: “É uma relação de amizade”. Ele também garante nunca ter sido beneficiado e nem ter beneficiado ninguém. “Não recebi nenhum benefício de ninguém. O Cachoeira nunca me pediu nada, nem o senador jamais me pediu alguma coisa”, revela.

Ele também garantiu que vai se defender e se pronunciar sobre qualquer denúncia envolvendo seu nome. “Em tudo que eu for citado e mencionado, vou responder. Afirmo que não existe nenhuma gravação com minha voz e isso vai ser provado com o tempo”, afirma.

Coimbra
Ronald Bicca disse ainda que pretende ir para Coimbra, em Portugal, para participar de um mestrado. De acordo com ele, os planos já eram feitos antes mesmo de assumir o cargo de procurador-geral: “Antes de ser procurador, eu já planejava esse mestrado em Coimbra. Eu não esperava ser procurador, fui surpreendido com o convite e assumi o cargo”.

O procurador informou que vai aproveitar algumas licenças prêmio e férias atrasadas para preparar o projeto que deve apresentar para o mestrado em maio. “Se eu não entrasse agora, ia ser ano que vem”, garante Bicca.
A assessoria de comunicação do governo informou que o atual procurador-geral adjunto, Alexandre Tocantins, vai assumir a função. 

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