Biografia de Steve Jobs pode quebrar recorde de vendas
17 de outubro de 2011, 8h50
Não é por acaso a assinatura de Walter Isaacson na capa. Jornalista, ex-executivo da CNN, Isaacson tem se revelado um hábil biógrafo. É dele as biografias de Benjamin Franklin (608 páginas, em 2004), Henry Kissinger (896 páginas, em 2005) e Albert Einstein (704 páginas, em 2008). A de Steve Jobs tem 656 páginas na edição em inglês e 632 páginas na edição brasileira, pela Companhia das Letras. Faz sentido estar incluída nessa seleta lista.
Steve Jobs não “inventou” o computador nem a internet, muito menos o telefone celular. Mas foi quem melhor entendeu e explorou a globalização e a chamada nova economia. Foi figura chave para o crescimento e a consolidação de um mercado literalmente global, sem jamais perder de vista o seu personagem principal, o consumidor. Sem ele, a indústria de computação, o cinema de animação, o mercado de música, a telefonia celular e a edição digital demorariam ainda algum tempo para chegarem ao estágio em que se encontram.
O seu trabalho influenciou praticamente todas as áreas do conhecimento, daí o interesse natural sobre o livro. Na semana passada, o advogado Alexandre Atheniense, especialista em Direito de Tecnologia da Informação, lembrou, com propriedade, a contribuição de Steve Jobs para o Direito Digital e o legado que deixou “para os profissionais do Direito que agora podem colocar o escritório no bolso ou levá-lo para a sala de audiências”. A mobilidade da informação destacada por Atheniense vale para advogados e vale também para qualquer outra atividade, profissional ou não.
O livro escrito por Walter Isaacson não é o primeiro sobre Steve Jobs. Existem pelos menos duas dezenas de títulos que contam a trajetória do criador da Apple, hoje a marca com o maior valor de mercado em todo o mundo, sem que tenham conseguido a necessária separação entre o mito e a realidade. Na média, Jobs é descrito como um homem de personalidade forte, obstinado pela perfeição, polêmico em várias ocasiões, implacável com a concorrência e “capaz de levar à fúria e ao desespero quem está perto dele”.
Em A Cabeça de Steve Jobs, lançado em 2008, o jornalista inglês Leander Kahney mostra como Jobs administrava, desde a criação, produtos que antes mesmo de lançados transformam-se em sonho de consumo de milhões de pessoas em qualquer parte do planeta. “Só o iPhone levou mais de três anos sendo desenhado e redesenhado, num trabalho exaustivo por parte da equipe – e também do próprio Jobs”, revela o autor. “Essa busca pela excelência faz de Jobs um ser extremamente contraditório – ele é temido e respeitado na empresa; é capaz de grandes gestos de delicadeza, mas na maior parte do tempo é sisudo e tem acessos públicos de fúria”, revela.
A biografia escrita por Walter Isaacson promete ir além do estereótipo. O próprio Jobs ajudou na empreitada, com mais de 40 entrevistas em um intervalo de dois anos. Além disso, estimulou várias pessoas a se abrirem com o jornalista – foram mais de cem entrevistados, no total, incluindo inimigos declarados. "Fiz muitas coisas que não acho louváveis”, admitiu Jobs. "Mas não tenho nenhum segredo a esconder." Não é um livro sobre tecnologia, muito menos sobre administração. De certa forma, mergulhar na história da Apple e do seu criador ajuda a entender o vertiginoso processo de transformação social, cultural e econômica em que estamos mergulhados.
Serviço:
Título: Steve Jobs – A Biografia (lançamento)
Autor: Walter Isaacson
Editora: Companhia das Letras
Edição: 1ª Edição – 2011
Idioma: Português
Número de páginas: 632
Também nas livrarias:
Título: A Cabeça de Steve Jobs
Autor: Leander Kahney
Editora: Agir
Edição – 1ª Edição – 2008
Número de páginas: 304
Autor: Steve Wozniak e Gina Smith
Editora: Évora
Edição : 1ª – 2010
Número de páginas: 308
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