Massacre na Noruega

Juiz decreta prisão provisória de acusado de ataques

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25 de julho de 2011, 12h38

O norueguês Anders Behring Breivik, que confessou ser o autor do massacre que deixou 93 mortos na sexta-feira (22/7), na Noruega, não quis se declarar culpado nesta segunda-feira em uma primeira audiência na corte de Oslo. Ele ficará em prisão preventiva por oito semanas. As informações são da Folha.com e agências de notícias.

Ele explicou ao juiz Kim Heger que não se considera culpado pois precisava ter cometido estes atos para enviar "um forte sinal" aos noruegueses e proteger o país contra a "invasão" dos muçulmanos. O juiz Heger determinou que Breivik fique detido por oito semanas, até 22 de agosto, metade das quais deve ficar em solitária e isolamento — sem cartas, telefonemas ou contato com sua família ou a mídia.

Normalmente, o acusado é levado à corte a cada quatro semanas enquanto os promotores preparam o caso, para que o juiz possa aprovar sua contínua detenção. Em casos de crimes sérios ou quando o réu é confesso, é comum este período ser ampliado. Breivik foi indiciado por atos de terrorismo. O juiz afirmou que sua confissão e outras evidências encontradas pela Polícia permitem o indiciamento.

O norueguês de 32 anos disse, ainda, ao juiz que quis induzir a maior perda possível ao governista Partido Trabalhista, para que não consiga mais recrutar novos filiados. Ele acredita que o partido falhou com o povo ao não protegê-lo de uma "tomada muçulmana" e o preço desta traição foram os ataques de sexta-feira — um carro-bomba detonado perto da sede do governo, em Oslo, e um tiroteio em um acampamento de jovens na ilha de Utoeya, que deixaram 93 mortos.

Breivik, definido como um fundamentalista cristão, islamófobo e ultradireitista, queria transformar a audiência desta segunda-feira em uma ampla declaração de suas crenças perante o juiz e a imprensa. Ele afirmou em seu manifesto na internet, publicado antes dos ataques, que apareceria na corte de uniforme e faria uma longa defesa de sua tese.

A audiência, contudo, foi feita a portas fechadas, um esforço para evitar um palanque do extremismo. A sessão durou cerca de 35 minutos. Segundo Geir Lippestad, advogado do acusado, Breivik acredita que seus crimes foram "atrocidades, mas necessários" e que não merece nenhum castigo por eles.

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