Operação da PF contra policiais prende 37
12 de fevereiro de 2011, 16h14
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Mais dois policiais, que estão na lista de procurados da Operação Guilhotina, se entregaram nas últimas horas: o subtenente Marcos Antonio de Carvalho, da Polícia Militar, e o inspetor Christiano Gaspar Fernandes, da Polícia Civil. Com isso, sobe para 37 o número de presos durante a operação, desencadeada nesta sexta-feira (11/2) pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A informação é da Agência Brasil.
O objetivo é desarticular grupos de policiais civis e militares suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas e armas, milícias e exploração de jogos ilegais, como jogo do bicho e caça-níqueis.
O subtenente Marcos Antonio de Carvalho se entregou na sede da superintendência da PF às 23h30 desta sexta-feira e foi transferido durante a madrugada para Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, zona norte do Rio. O inspetor Christiano Gaspar Fernandes se apresentou na madrugada de hoje (12) na 22ª Delegacia Policial, na Penha, zona norte da cidade, e foi levado para o presídio Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste.
Um dos presos durante a operação Guilhotina é o delegado Carlos Alberto de Oliveira, que ocupou o cargo de subchefe da Polícia Civil do Rio. Ele é acusado de participação no esquema de recebimento de propina de traficantes de drogas.
Oliveira, que era atualmente subsecretário da Secretaria Especial de Ordem Pública da Prefeitura do Rio – cargo do qual foi exonerado – é acusado de envolvimento com uma milícia que comanda a favela Roquete Pinto, na zona norte do Rio. Essa milícia teria participado do desvio de armas apreendidas no Complexo do Alemão, ocupado por uma megaoperação policial e militar no fim do ano passado.
Foram mobilizados na operação 380 agentes de Polícia Federal e 200 policiais civis e militares do Rio para cumprir 45 mandados de prisão preventiva e 48 mandados de busca e apreensão de documentos e equipamentos. Entre os 37 detidos até agora, 20 são policiais militares, nove são policiais civis e o restante são pessoas suspeitas de terem alguma ligação com o crime organizado.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, um dos presos é o PM Carlos Eduardo Nepomuceno Santos, conhecido como Edu, primo do traficante Marcinho VP, um dos líderes da facção criminosa CV (Comando Vermelho), segundo a PF. Marcinho VP está no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia.
Segundo a PF, os policiais se dividiam em quatro organizações : duas atuavam no fornecimento de armas e munições a traficantes de drogas; uma terceira estaria ligada a atividades de milícias que atuam em comunidades do Rio e também fornecia armas e munições ao tráfico; e outra faria segurança privada de grupos criminosos.
O Ministério Público Estadual, que instaurou inquérito para apurar a conduta de policiais, diz que a suspeita é que eles também se apropriavam de bens e valores confiscados em apreensões da polícia.
As investigações que levaram a operação tiveram início durante uma ação policial, ocorrida em 2009, que era conduzida pela Delegacia da Polícia Federal em Macaé – denominada Operação Paralelo 22, que tinha o objetivo prender o traficante Rogério Rios Mosqueira, conhecido como Roupinol, que atuava na favela da Rocinha junto com o traficante Antônio Francisco Lopes, o Nem.
Na relação dos 45 suspeitos, além do ex-subchefe da polícia, há 21 policiais militares e nove policiais civis. Veja os nomes de 43 dos 45 acusados:
Leonardo da Silva Torres (Torres Trovão) – inspetor da Polícia Civil
Aldo Leonardo Ferrari (Leo Ferrari) – cabo da Polícia Militar
Flávio de Brito Meister (Master) – inspetor da Polícia Civil
Jorge do Prado Ramos, conhecido como Steve – inspetor da Polícia Civil
André Luiz Aragão Mirandela – policial militar
Luis Carlos Magalhães
Floriano Jorge Evangelista de Araújo, conhecido como Xexa – policial militar
Ivan Jorge Evangelista de Araújo – policial militar
Wellington Pereira de Araújo – policial militar
Carlos Eduardo Nepomuceno Santos, conhecido como Edu – policial militar
Christiano Gaspar Fernandes, conhecido como Cristiano – policial civil
Ricardo Afonso Fernandes, conhecido como Afonsinho – policial militar da reserva
Carlos Antônio Luís de Oliveira, conhecido como doutor Oliveira – delegado da Polícia Civil
Giovanni Gaspar Fernandes (Giovanni)- policial civil
Marcos Antonio de Carvalho, conhecido como Marcos Paraíba – policial militar
Paulo Araújo Costa, vulgo Araújo – policial militar
Stanlei Couto Fernandes (Stanlei) – inspetor da Polícia Civil
Nilber Vinicius dos Santos, conhecido como Nilber – inspetor da Polícia Civil
Carlos Teixeira, conhecido como Bigu – policial militar
Roberto Luís Dias de Oliveira, conhecido como Beto Cachorro – policial militar
Ciel Brandão Martins, conhecido como Ciel
Roberci Teles Guilherme
Wagner Pinto da Silva, vulgo Russo
Alex Bento da Silva Souza, conhecido como Nike
Márcio Carlos Gomes da Silva, conhecido como Tico
Lenilson Roque Gonçalves, vulgo Biliu
Paulo Roberto da Silva Souza, conhecido como Paulinho Gaiola
Marcio Vinicius Tavares Xavier, conhecido como Marquinho Tiroteio
Hedreas Chaves Alves de Lima
André Luís Ferreira de Souza, conhecido como André Gari ou Raimundinho
Dilcimar Cunha Orofino
Helenio Dias Rodrigues – policial civil
Helenio Dias Rodrigues Junior (filho do Helenio)
Élcio Vieira de Queiroz – policial militar do 16º BPM (Olaria)
Marcelo Nakamura – policial civil
Fabricio Felix da Costa – policial militar do 16º BPM (Olaria)
Ézio Penudo Costa – cabo do 22º BPM (Maré)
Maurélio Pinto de Oliveira – policial militar do 22º BPM (Maré)
Adilson José da Silva – cabo do 13º BPM (Praça Tiradentes)
Teylon Silva – policial militar do Batalhão de Campanha
Ubiraci Moraes Damasceno – policial militar do Grupamento Especial de Policiamento de Estádios (Gepe)
Tompson dos Santos – policial militar 9º BPM (Rocha Miranda)
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