Reviravolta no ar

Ex-chefe do FMI pode se livrar das acusações de estupro

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21 de agosto de 2011, 17h20

As acusações criminais contra o ex-chefe do FMI Dominique Strauss-Kahn, incluindo a de tentativa de estupro, devem ser retiradas pela Promotoria de Nova York na audiência judicial marcada para esta terça-feira (23/8). Nesta segunda-feira (22/8), a camareira de hotel Nafissatou Diallo tem um encontro com os promotores que atuam no caso, no qual eles devem informar a ela sobre a desistência do processo. "A única dúvida é se eles vão retirar todas as acusações ou a maioria delas, incluindo a de tentativa de estupro", disse o advogado da camareira ao New York Post.

Se as acusações forem retiradas, Strauss-Kahn estará livre para voltar para a França, depois de haver sido preso, há três meses, dentro do avião da AirFrance, no aeroporto de Nova York. Ele terá ainda que responder a um segundo processo por danos, relacionado a "um ataque violento e sádico", também movido pela camareira, há duas semanas, diz o Guardian. Na França, onde era tido como um dos mais fortes candidatos à Presidência da República, estão sendo investigadas as alegações da escritora Tristane Banon de que ele teria tentado estuprá-la em 2002. 

O advogado da camareira, Kenneth Thompson, disse ao New York Times que a intimação que a Promotoria enviou a sua cliente para a reunião desta segunda-feira é uma clara indicação de que o caso contra Strauss-Kahn deverá ser encerrado. "Se não fosse para desistir do caso, não haveria razão para essa reunião formal. Bastaria que todos comparecessem à audiência no tribunal, no dia seguinte, para dar andamento ao processo", ele declarou. 

O caso contra Strauss-Kahn começou a desmoronar em junho, quando os promotores descobriram que a camareira, originária de Guiné, havia mentido em seu requerimento de pedido de asilo aos Estados Unidos, bem como a investigadores sobre seus antecedentes e sua vida pessoal. A credibilidade da camareira também ficou prejudicada quando se descobriu que, logo depois da suposta tentativa de estupro, ela teria telefonado para um amigo preso em um centro de detenção de imigrantes, no Arizona, e comentado com ele que poderia obter um bom dinheiro de Strauss-Kahn.

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