Crise gera boas chances de expansão dos negócios
14 de julho de 2009, 6h17
Um dos principais planos de negócios que podem ser gerados com a crise financeira mundial é a aposta nos processos de fusões e aquisições (M&A). Embora as companhias das áreas de informática, tecnologia da informação e telecomunicações não tenham sido as mais afetadas com a tensão financeira, não há quem afirme que também não estão sentindo os abalos da mesma. Alguns especialistas acreditam que assim que a fase de turbulência econômica passar e o mercado se estabilizar novamente, será o momento ideal para que as empresas voltem à atenção para esse segmento, em especial, as companhias das áreas acima relacionadas.
Por esse motivo, os empresários desses setores devem se preocupar em conhecer os processos de fusões e aquisições, que podem ocorrer a qualquer momento, com chances iguais para cada uma delas, uma vez que são segmentos bastante pulverizados e, por isso, muito atrativos aos olhos desse mercado. Além disso, é possível que os grupos estrangeiros, que no momento não possuem muitas opções no mercado, voltem a fazer negócios com as companhias brasileiras.
Diante desse cenário, as empresas devem passar por uma preparação prévia ao processo de M&A, que compreende a análise de certidões e demais documentos relacionados a aspectos societários, trabalhistas, cíveis, tributários, contratuais, imobiliários, ambientais e regulatórios, dentre outros (due diligence).
Essa preparação tem como finalidade verificar os pontos relevantes da estrutura da sociedade e avaliar os riscos e vulnerabilidades das empresas, sugerindo providências para a redução ou eliminação de tais riscos, bem como estruturar a forma pela qual se desenvolverá a transação. O procedimento de due diligence, por exemplo, permite que se identifique eventuais passivos, inclusive decorrentes de processos judiciais e administrativos, que possam prejudicar a empresa adquirente posteriormente à realização do negócio.
Atualmente, embora existam muitas empresas sem, ou com pouco acesso ao crédito, há um pequeno grupo de companhias com liquidez para selecionar boas opções de compra. O fato é que a crise pode gerar boas oportunidades de negócios para quem está capitalizado e com planos para expandir sua atuação.
Ressalta-se, portanto, que muitos negócios poderão surgir, não só de empresas em dificuldades financeiras, mas também de empresas que estavam com alto valor na Bolsa, e com esse novo panorama de realidade, transformou em ativos mais acessíveis para os interessados. Não por acaso, tal momento do mercado financeiro impulsiona os empresários a buscar novas maneiras de valorizar suas empresas.
Empresas que dispõem de recursos se encontram em situação privilegiada, já que a crise econômica pressiona o caixa de muitas companhias. Na grande maioria dos casos, a venda de ativos ou a integração com outras empresas acaba tornando-se uma das poucas alternativas disponíveis para a solução dos problemas de liquidez, uma vez que as captações por IPOs ou a conversão de dívida em ações praticamente não ocorrem desde o início da crise.
Existe, inclusive, a perspectiva de que o movimento de fusões e aquisições aumente entre os grandes grupos que buscam fortalecer não só suas posições internas, mas vislumbrar oportunidades no mercado global. Provavelmente, nas áreas de informática, tecnologia da informação e telecomunicações, haverá um movimento interessante nesse sentido.
Por isso, embora o momento não seja dos mais promissores, vale lembrar o dito popular, baseado na sabedoria chinesa, de que “é nos momentos de crise que surgem as grandes oportunidades”. Tudo indica que 2009 será um ano de dificuldades e desafios, mas também será propício aos grandes negócios entre empresas, especialmente no campo das fusões e aquisições. Pode-se dizer, portanto, que a crise é passageira, como todas são, porém, ela pode beneficiar àqueles que conseguem ver além.
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